teal
Francisco Espregueira
De A-Z. O Sótão totalmente sintonizado com "Teal" de Benaddict, Slim & Ella Mae.
O preview de um dos melhores projetos de 2017, AQUI.
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De A-Z. O Sótão totalmente sintonizado com "Teal" de Benaddict, Slim & Ella Mae.
O preview de um dos melhores projetos de 2017, AQUI.
"Teal" é um projeto colaborativo de 3 artistas que no saudam do sul de Inglaterra. Benaddict - que acabou de lançar o seu primeiro LP a solo -, Slim & Ella Mae - que já se tinham associado numa compilação de Gilles Peterson - combinam talento e constroem juntos este LP de 12 faixas transbordando soul com tonalidades de jazz.
Acende-se um cigarro para fazer uma nota: este preview gera algo de muito emocionante no Sótão.
Editado pela Village Live Records, que vem ganhando força como uma das criativas coletividades na cena underground musical britânica, é mais um álbum de grande nível deste 2017. Com uma edição limitada a 300 cópias, já voou das prateleiras antes de lá ter chegado - sai a dia 28/08. Uma das últimas faixas do LP, "Teal", com o mesmo nome do álbum, é a primeira completa a ser lançada. Expectativa pelos próximos dias e por mais releases.
Slim orquestra o instrumental com produções de assinatura. Benaddict e Ella Mae dão-nos conteúdos e vozes do fundo das suas almas. Uma mix do próprio álbum, da autoria de Evil Ed, serve de provocação injusta. Em 11 minutos, fica a impressão de que não se pode esperar nem mais um segundo. Repletos de batidas profundas, linhas de baixo carregadas, melodias melancólicas, letras conscientes. Um amor à primeira vista.
É já amanhã que sai em formato físico a nova experiência LP do duo Anti-Lilly & Phoniks. "It's Nice Outside" é o sucessor do aclamado "Stories From The Brass Section", e segue com vibes semelhantes e conteúdo lírico consciencioso e relevante. É mais um vinil a caminho da colecção do Sótão.
Ao longo dos últimos anos o emcee Anti-Lilly experienciou momentos de profunda depressão combinadas com a monotonia das rotinas '9-to-5'. Tentações das ruas e traições que o forçaram ao isolamento. Repletas de jazz, as batidas de Phoniks, são as telas onde pinta imagens vívidas da sua luta.
“it ain’t all good, but it’s all good, ask me how I am, I just say I’m a working in progress”
As 17 faixas vão contado essa história, ligando-as voicemails deixados pelos familiares e amigos de Anti-Lilly, que tentavam comunicar enquanto ele se fechava ao mundo. Ao longo de "It's Nice Outside" escuto o optimismo de quem admite os maus momentos. De quem não vê o mar mas consegue cheirá-lo. Como hoje à noite, que olhando pela janela só vejo neblina.
As highlights para já são "Nobody's Perfect" e tudo o que segue a partir da 12 até final. Amanhã serão outras, e outras depois. Normal em álbuns deste quilate.
Play. Som de baixa fidelidade nas colunas. Som de marca deste tipo. A assinatura diz ntourage. Horas tardias e sós.
Asal Hazel é um novo nome que surge hoje à noite. Voz bem no estilo R&B americano. Qualidade no intrumental que define todo um mood. Mndsgn é um dos produtores do momento.
Para fechar antes de sair para os sonhos, toquezinhos vindos do Brasil. Novamente a baixa fidelidade e as batidas em loops hipnotizantes.
on the atlas, the world awaits...
O debut de Remulak no nível de LP's é impressionante. "Earth" esteve um longo período em produção e foi dado a conhecer ao mundo em Junho deste ano. Para a promoção do álbum - e uma das principais fontes deste blog - muito ajudou o fantástico canal no Youtube: ProvocativeEducative!
Uma sensação de nostalgia desde o primeiro momento em que toca, ajustada à capa do LP, com Remulak em criança no início dos anos 80' vestido de astronauta. "On The Atlas", quarta faixa, é uma viagem de loops e jazz's com a batida de hip hop a seguir, hipnotizando. Influências dos maiores, presente.
Ideias transmitidas por sons e versatilidade, com variância de mood nas 14 músicas que compõem "Earth". Remulak flui por momentos funky, outros emotivos, uns mais escuros e pensativos, mantendo uma linha identificadora ao longo de todo o LP.
Como é habitual para estes diamantes raros, a edição limitada a poucas centenas de exemplares, voou. Aguardo por re-release. E por colocar o vinil com cuidado no leitor e deixar tocar. Aqui fica o stream por inteiro, se quiserem acompanhar.
When you see somethin' ill... you know what I mean... that shit is woow
Batida de "93 til' Infinity" dos Souls of Mischief. Todas as rimas com o woow carregado no final. Homenagem em cru! purpan. - more or less. (x smuv.)
Puxando pelo baixo das colunas. eu-IV trabalha com a voz de Devin The Dude em "What a Job" e dá-lhe toques de jazz. eu-IV - Whatajob
Avançando por sons mais suaves e doces. Hip hop Instrumental de qualidade descoberto durante a semana. Para escutar no meio das rotinas diárias. AJMW - Canvas
✌
Novo álbum, "Every Eye" sai dia 29/09. Não podia estar mais impaciente depois deste teaser, Master Ave.
“Fast forward. Mndsgn on that fast forward. DJ Harrison on that fast forward. Ivan Ave on that fast forward.”
The French Connection.
A segunda faixa do majestoso álbum "Clin d'oeil" dos Jazz Liberatorz é suave. Toca e relaxa quem a escuta. No mundo do Sótão isto é um clássico. O refrão entra, a flauta serpenteia pelos baixos e é impossível não sentir a boa energia que tem.
Meti no carro um CD antigo, gravado por mim, que começava com esta faixa. Os primeiros acordes da guitarra teleportam-me para trás no tempo. O suave toque do saxo... A entrada do piano seguida do baixo e da batida. Depois, a flauta.
“just get in the rhythm with everything you got...”
Duas faixas que revisito, de duas bandas francesas que educaram o hip hop do Sótão. A adolescência lá vai, fica a música que a acompanhou. Por um milésimo de segundo viajo no tempo para sentir exactamente o que vivi a dado momento quando as escutava. Lembro-me de sentir o flow das flautas.
I know you know that.
Este primeiro volume de "Afro Chronicles" chega-me pela mão da coletividade londrina Touching Bass, uma família de disciplos da música de alma negra. Ao longo de 12 faixas originais, um conjunto talentoso de artistas, forma aqui um trabalho prazeroso de escutar e coeso ao ponto de parecer liderado por um único maestro. Talvez sim, liderado por um único set of mind e por influências comuns entre todos.
O ADN da Touching Bass é demarcado abordando diferentes estilos musicais (sem nunca perder a tal coesão de sonoridades), sempre com faixas capazes cativar os sentidos, Melo-Zed abre as hostes, definindo as frequências em que "Afro Chronicles" andará, e Jake Milliner, acompanhado pela bela voz de Bubblerap, tem um dos melhores momentos do álbum, já por si recheado deles. Outro é "T's Dream" de Molinaro, com uma percurssão que não quero parar de ouvir - atenção ao min 1:03...
Há uma ideia, uma filosofia. O poster de "Afro Chronicles", desenhado por Mason London, transpõe isso mesmo. O Sótão é lugar para coisas destas. O leitor de vinis, a colecção deles na prateleira, umas cervejas, boa gente e a noite lá fora. Aconselho o scroll down por esta página e pelos 12 posters que contam uma história. Podia ser a deste blog. Dizem eles, que este projeto da Touching Bass surgiu por acidente... como talvez todas as melhores coisas da vida.
“It’s also a homage to the endz and space, concrete jungle meeting cosmic; two elements which influence us greatly.”
Abençoado por "Afro Chronicles" e pela sua textura negra, mando isto do Sótão pró infinito. Merece ser escutado.
É raro um rapper aventurar-se, com tanto brio, em cantar. Illa J tem em "Home" um álbum em que mostra os seus dotes vocais, uma surpresa para quem conhece o trabalho do nativo de Detroit. Vira-se para as suas raízes e cria um trabalho muito pessoal, unindo seu o estilo habitual de rapper com momentos nas frequências do soul e r&b.
A última faixa tem o nome do álbum e é o primeiro single... e a partir do primeiro momento encanta. Um sentido "Baby I'm home, I'm home, I'm home" introduz a bela canção e está aqui como uma amostra perfeita daquilo que podem esperar de "Home", inteiramente produzido por Calvin Valentine. Os samples são, invariavelmente, baseados em muito conhecimento da música soul americana.
Destaco também a terceira "I Know" e a onda que tem quando irrompe a voz de Illa J, logo no início. Música para momentos próximos com alguém... O resto é material de qualidade semelhante - "Home" é um álbum que o Sótão não poderia deixar de referir.
Omnipresente influência de Illa J, é também aquela que nunca sairá daqui. J Dilla, seu irmão, está em tudo o que faz e, de uma forma ou outra, em quase tudo o que se ouve pelo Sótão.
Eis um nome novo no Sótão.
Com "Phase Shift", Joe Corfield introduz-se à generalidade dos amantes de Hip Hop. Aparece com novas ideias definidas neste seu álbum de vinte e três pequenas faixas, com sonoridades e nomes - bonitos, os nomes - que denotam viagem e cultura. O jovem produtor britânico apresenta-nos um sublime álbum que agradará aos inveterados apreciadores de hip hop, mundo fora.
O seu todo é bem complementado pelos dotes de colaboradores bem escolhidos. FloFilz, O'malley, Sigmund e Kosyne são figuras que o servem com naturalidade. Lançado pela editora alemã Radio Juicy, "Phase Shift" é um álbum refinado e mestre. Balanceia leveza com densidade e é uma das belas compilações para ouvir este verão. Viajando.
Isto já tem uns anos. Deparei-me com ele e reconhecio-o. "Darkest Shades of Blue" é um pequenino álbum de Edgar The Beatmaker, que é nada mais nada menos que mais uma das alisases de Archy Marshall - ou DJJD Sports, ou Zoo Kid, ou King Krule...
Reconheci coisas transversais ao trabalho de Archy, que já distingo tão bem. Sombrio, algo de sinsitro, melancólico... mas acima de tudo cru. Raw. Talvez tenha sido por isso que foi tão fácil saber que era ele. As sonoridades do movimento de hip hop de Sul de Londres, por estes dias inspiradíssimo, também aqui como pano de fundo omnipresente.
"Darkest Shades of Blue", junta malta amiga: Jada Sea, Jesse James (de que já falei aqui) e também a nova descoberta do Sótão: MC Pinty. - o tipo anda em ondas muito avançadas. De 2013 a 2017, estes miúdos cresceram, mas hoje aqui fica, em raw, os toques de Edgar The Beatmaker e a sua crew.
A influência evidente de Jay Dee e Pete Rock nesta "Strugglas Theme". O flow é inacreditável e acompanha todo este álbum de Kev Brown. "I Do What I Do" é uma lembrança antiga que passou demasiado tempo com pó por cima. O quilate é tão alto... "Hennessy pt1" segue-lhe com as mesmas influências.
Falei tanto acerca de Onra, que achei não ter dado o destaque suficiente ao que se segue. "Anything" é uma all-time fav do Sótão. A batida vintage é o som de umas enormes e desapertadas Reebok's brancas a bater no chão. É quase palpável a ganga larga que se move numa dança desajeitada... é quase visível o início dos anos 90'. Impossível não acompanhar a melodia da última vez que se ouve na música :
“any-thaang”
“keep it g, of course...”
O mote de IAM DDB refere-se ao amor que um deve manter por si próprio e pelos que o rodeiam mais proximamente, puxando da inicial de gangsta para reforçar o respeito devido a todos os que têm um similar background.
Vai entoando a frase por diversas vezes ao longo das suas músicas - como que se relembrando da linha que segue - na sua doce voz que lhes confere um tom de jazz urbano. Explorando o seu atrevimento lírico através dessa sua voz, em cima de produções obscuramente atraentes, IAM DDB tem definitivamente um toque próprio.
"Wavey, soothing and freeing", as três palavras com que define a sua arte.
Tem neste momento dois EP's editados ("WAEVEYBBY VOLUME 1", de 2016, e "Vibe, Volume 2", de 2017) e uma dezena de faixas avulsas, cheias de colaborações de nomes novos da cena hip hop e soul britânica, mais precisamente vindos de Manchester, a sua cidade, onde tudo parece muito inspirado por estes dias. IAM DDB não pára, e desde de 2016 que vem garantindo a marca do seu nome a cada release que faz. A música "Leaned Out", com INKA, é uma das melhores coisas que se escutou por aqui nos últimos tempos.
“You think you’re the wave I beg to differ
I, inherited the wave I am different cloths, different prices, different scars
Different, seduction, abduction”
Ainda a descobrir cada detalhe - e a deixar-se seduzir por eles - tomarei o moto: keep it g. of course.
Bom, em poucas palavras, o Sótão nunca será o Sótão sem Onra. A obra invejável, fortemente influenciada pela era dourada do Hip Hop e R&B, tem na trilogia "Chinoiseries", com infusão de ritmos orientais, a front cover de todos os seus trabalhos. A terceira parte lançada em março deste ano é o epítemo da sua genialidade. Níveis insanos de originalidade, viagem e lindas sonoridades aqui em baixo... não se arrependerão. Virtuoso, o francês.
10 anos de pesquisas por longíquos e orientais vinis que resultaram em 100 faixas e três álbuns inacreditáveis. Convidando à escuta faixa a faixa, sabendo que o álbum - e a viagem - vale mais como um todo
Homem de poucas palavras, valiosas quando as usa para descrever sua obra...
“I see the first Chinoiseries as a trip, inspired by my own first travel to Asia, each beat representing one particular moment of the journey, the second one, more like a soundtrack to a movie, each beat representing a different scene, and the third one, I tried to create a dark, smoky and mysterious cinematic atmosphere so you could create your own movie in your head”
O destaque vira-se agora para "Fundamentals", datado de 2015 que aborda ondas de Hip Hop e R&B homenageando a Golden Era - agradeço... venero. As seis faixas em baixo são um teaser para escutar todo o álbum. Dificil de resistir. Beats retro-futuristas acompanhados de colaborações deliciosas.
E é play nisso. E na "Anything" brindamos com as minis que estão a gelar. O vinil a girar, abro a primeira, murmurando "We Ridin'", vivendo o que não vivi na West Coast americana nos saudosos 90'. Homeanageando o movimento...
A fluída fusão de elementos de R&B e hip hop com uns subtis e ocultos toques de jazz conseguidos pela britânica Jess Smyth que esculpiu um estilo tão próprio. A performance na influente plataforma para desconhecidos artistas COLORS BERLIN, agitou as águas da sua precoce carreira, que segue sob o pseudónimo de Biig Piig. Agitou também os meus últimos dias, em que me debrucei sobre as escassas faixas de sua autoria que por aí circulam.
Look tão próprio também...
A sua voz sopra suavemente pequenas histórias em cima de produções perfeitas para as horas em que a calma impera. Mantendo um tom liberto, pessoal e honesto nas suas palavras, Biig Piig intenciona provocar um sentimento livre de julgamentos e convidar-nos a dissipar nas melodias.
Atualmente a trabalhar no seu primeiro EP, tem no Sótão um dos primeiros lugares onde se escutará todas as suas historinhas tão bem contadas.
Desde que conheci a música de Fredfades que fiquei com a melhor impressão do tipo. Uma espécie de professor de conhecimento musical. Ouço-o com atenção e idolatrando os conteúdos das suas produções.
Conhecido por produzir diversos projectos do seu conterrâneo Norueguês Ivan Ave e por estar associado a todo esse sublime movimento de hip hop vindo do norte da Europa, Fred tem vindo a deixar a sua marca com sonoridades de assinatura. Calorosas batidas em cima de cortes e recortes de puro jazz e música soul... A busca incessante de Fredfades pela próxima batida tem a sua primeira compilação a título individual - "Warmth", toca... respiro, inspiro-me e escrevo. Disfruto.
Colaborações insanas ao longo das 16 faixas de "Warmth": Ivan Ave (claro está), Mndsgn, MED, MoRuf, Dialete, Nanna B, Chester Watson... pfff! Produtor prodigioso, Fredfades, tem belas companhias que lhe retribuem a magia na mesa de mistura.
Os domingos a disfrutar com batidas de Fred... algo usual nos últimos tempos. Conheçam "Warmth".
Abusado, Buddy junta-se ao mágico Kaytranada para lançar "Ocean & Montana", pequeno EP de cinco faixas que puxa pelos pontos fortes de cada um. E cheia de picante - bem ao estilo de GoldLink -, flui a voz de Buddy sobre os ritmos tão característico de Kaytra....
"Ocean" corresponderá a Compton, em sunny LA, berço de tantos e tantos mestres do hip hop e berço de Buddy. "Montana" a Montreal no Canada, origem do produtor do ano, que tem projetos com nomes como Pharell em vista. E quando ele era só conhecido no Soundcloud? Já foi assim há tanto tempo? Não, não foi. E Buddy, depois deste EP, depois de "Shine" também, para lá caminha. Assisto a tudo em posição privilegiada.
"Ocean & Montana" é um projeto que não necessita de intervenção exterior. Os dois complementam-se, rebentando colunas em cinco faixas. Ou melhor, quatro... já que "World of Wonders" acalma um pouco a cena, parecendo mesmo estar fora do contexto deste EP.
Escutar o resto, significa acelerar rumo ao perigo de sorriso rasgado. Louco... fantástico.