ivan ave - yours truly (prod. fredfades)
Francisco Espregueira
Ivan Ave - ' Yours Truly' (prod. Fredfades)
Use the form on the right to contact us.
You can edit the text in this area, and change where the contact form on the right submits to, by entering edit mode using the modes on the bottom right.
Rua Álvaro Gomes, 89, 4º Esq
Porto
Portugal
+351916574834
Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.
Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes
Filtering by Category: Hip Hop
Ivan Ave - ' Yours Truly' (prod. Fredfades)
“i got the 55 on the 55
man
100 miles on the 100 miles
man”
Um dos movimentos do ano no UK. A vibe de 808INK supera os meus sentidos. Liga-me a algo que não consigo tocar, nem explicar. Na minha cadeira, enquanto escrevo vou sentindo 'Suede Jaw' que toca em loop...
Com dois EP's em 2015 - "Billy's Home" e "An Artistic Piece" - 808INK chegaram a 2016 a rebentar. "Hungry", LP de estreia, tem nas suas primeiras 5 faixas, a porta de entrada para a galeria de honra d' O Sótão. Depois fica pesado e díficil de mastigar, eu sei... mas estas 5, assim... seguidas, levam-me o coração. Puxo pelo volume e convido-vos a entrar. Siga curtir aqui. Ao som de '45 with Sam', de 'Jeep Cherokee'. Depois outra vez ao som de 'Suede Jaw'. Uma e outra vez. De loop em loop...
“keep the chamber filled with potent stuff suede jaw, run it for me baby please don’t stop, uhh...”
A malta da Mutual Intentions continua a lançar as suas cenas. Hoje saiu uma compilação de 5 faixas, andando nas rotações de hip hop que mais aprecio.
J. Cole, de quem aqui falei de forma menos positiva, teve um release fantástico esta semana. "High for Hours" entra diretamente para o meu dia-a-dia. O produtor é Cam O'bi. O mesmo de "Free Lunch" e de "Reality Check". Dois dos "meus" sons. "This is the type of shit that make you wanna... the type of shit that make you wanna let go."
Comecei a coleção 'Miles Davis' com "Doo-Bop". Groove inexplicável. Uma das músicas da minha vida, "The Doo-Bop Song", foi a porta de entrada para este álbum, que anos depois, tive a presença de espírito de adquirir.
“A little taste of bee-bop sound
with the backdrop
of doo-wop
and this is why we call it
the doo-bop”
Miles Davis - The Doo Bop Song (feat. Rappin' Is Fundamental)
E agora mais duas. A 1. e 8. do álbum. Percebi que já as tinha ouvido noutras músicas, noutros artistas influenciados pela trompete de Miles. Por todo este groove orientado para o hip-hop.
Miles Davis - Mystery
Miles Davis - Duke Booty
"Domingo, especialmente domingo... Barbeados, dentes lavados".
Às 15h, enquanto o sol ainda está bem lá em cima, a temperatura chega aos 15Cº. É um inverno de inveja, mal apreciado por si. Atravessa a cidade de moto com o vento de leste a bater-lhe na cara. Sabe onde vai. Esse lugar tem um pátio com umas mesas e com uma gente que parece ter coisas interessantes para lhe contar. Trazem-lhe queijos e uns pedaços de pão para picar. O vinho tinto é a alma gémea da sua boca. Segura-o com a mão esquerda, sem o largar. Na direita, a caneta, hesitante. A música toca e a tinta corre, salteando a razão perdida.
Antes de sair o novíssimo "4 Your Eyez Only", que ainda merece que lhe guarde um tempo especial, J. Cole lança duas faixas no Youtube que não entram no final cut do seu último álbum. Fá-las acompanhar de um mini-doc de 40 minutos que segue a produção do seu novo trabalho gravado nos míticos Electric Lady Studios em Nova Iorque.
Em relação às duas que não fazem parte de "4 Your Eyez Only" só posso dizer que valem por si. "Everybody Dies" merece ser escutada, aqui a deixo. Mas aproveito para anotar o beat de "False Prophets". A produção original de Freddie Joachim tem o nome de "Waves" e ficou mundialmente conhecida como cartão de visita do gigante Joey Bada$$. É me dificíl ouvi-la com a voz de J. Cole por cima... Sem aquele "Since nine-five momma been working nine-five" de início...
Sem reduzir J. Cole, até porque "False Prophets" já foi publicamente aprovada por Bada$$, fico triste ao ver que a sua popularidade leva a que as pessoas passem por "Waves" sem se aperceber dela. Ela é daquelas inesquecíveis aqui do Sótão. A história de um puto a entrar no mundo dos grandes com originalidade, com verdade, com os The Roots no Late Night Show, com aquele olhar paternal e orgulhoso de Questlove. Tipo Messias. Inesquecível.
J. Cole - False Prophets
Joey Bada$$ - Waves
“Let me see those in favor to spin that back like tornadoes”
As mixtapes de BeatPete são peça influenciadora muito forte. Nelas já descubri tantos diamantes. No final de as ouvir fico sempre com a impressão que o som que me define é, nem mais nem menos, aqule que BeatPete partilha através destas mix's. Identifico-me. Sessões duplamente gigantes de throwbacks. Esta, de duas músicas apenas, não passa de uma humilde amostra desses gloriosos anos 90' do hip hop.
Em 1992, Peanut Butter Wolf, homem forte por detrás da Stones Throw Records, guia Charizma por "Methods". Não viria a ser lançada com mais força até 2003. Sacrilégio.
“Aiyyo check this one out
Somethin smooth
Calm you down
Check out the story
Ya know what I mean? 1998
It’s Vinia on the hook up
Pete Rock”
Pete Rock. Mais um dos que passa música a quem por ele passa. Nineteen ninety eight. "Mind Blowin'" e sigo quente no Sótão. Underground classic.
Charizma & Peanut Butter Wolf - Methods
Pete Rock - Mind Blowin (feat. Vinia Mojica)
Ivan Ave - Christmas Won't Be The Same This Year (Jackson 5 Cover)
Check this out:
Mixed by DJ Forgotten
Letras de:
Sia - The Greatest ft. Kendrick Lamar
Nas - Blaze a 50
🔥🔥🔥🔥🔥
“Sabendo que eu fico a olhar
com malícia.
A sua pele preta
com malícia.
Seus olhos azuis
com malícia
Seu sorriso branco
com malícia.
Seu corpo todo enfim,
com malícia.”
Jorge Ben - Menina Mulher da Pele Preta
"LIT" são as iniciais de Lost In Translation, um novíssimo álbum que funciona como uma polaroid daquilo que tanto Bluestaeb (na produção) como JuJu Rogers (nas palavras) conseguiram durante 15' & 16'. "Rouba" o seu título à longa-metragem de Sofia Coppola, mas há um sentido diferente na expressão explorada aqui. "LIT" é sim, uma metáfora para a desconexão existente nas tendências da nossa sociedade em geral e, especialmente, do hip hop como música de intervenção urbana.
Ambos demonstram a sua perspectiva de forma musical... Esta inclui sem dúvida a progressão, a analogia , a humanidade nas sonoridades e novas fórmulas, novos caminhos. Trazendo o elemento live para as produções, com músicos ao vivo nas gravações, diferenciam-se e refinam as suas influências por esses trilhos inexplorados.
JuJu vai falando de questões importantes durante as suas intervenções enquanto a mestria de Bluestaeb conduz o álbum de forma sublime.
"LIT" é conteúdo.
Freddie Joachim - Lately
O reconhecimento à escala mundial ganho por Rodrigo Amarante com o tema "Tuyo" da série "Narcos" é mais do que justo. No seu álbum "Cavalo" há uma balada repleta de beleza. Embala, hipnotiza e fascina. "Irene"
Rodrigo Amarante - "Irene"
“Saudade eu te matei de fome
E tarde eu te enterrei com a mágoa”
Dou mais uma vez o espaço do Sótão para A Tribe Called Quest.. O último álbum reavivou-me o amor que lhes guardo. Viajo até 1993, para ouvir o diálogo entre Q-Tip e Phife Dawg em "Check The Rime", retirado do álbum "The Low End Theory". Na primeira aparição televisiva de sempre, dizer que ATCQ "partiram a loiça toda" é pouco. No saudoso programa de Letterman, no dia 28/01/93 , a conversa começou assim:
Q-Tip: Back in the days on the Boulevard of Linden, we used to kick routines and presence was fittin'. It was I, The Abstract...
Phife: And me the five footer. I kicks the mad style so step off the frankfurter.
Q-Tip: Yo, Phife, you remember that routine that we used to make spiffy like Mr. Clean?
Phife: Umm, umm, a tidbit, umm, a smidgen. I don't get the message so you gots to run the pigeon.
Q-Tip: You on point, Band?
Band: All the time!
Q-Tip: You on point, Band?
Band: All the time!
Q-Tip: You on point, Band?
Band: All the time!
Q-Tip: Here's his mic, Phife drop your rhymes...
A Tribe Called Quest - "Check The Rime" (Live at Letterman) (Debut on TV)
Phife: Here's a funky introduction of how nice I am.
Descontinuei os throwbacks por algum tempo, falha minha. Metade do meu tempo é passado nos anos 90' do hip hop. Essas raízes têm te de ter um output aqui. ✌
Pah... este tipo andava aí sempre aparecer no meu stream do soundcloud. Talvez o tenha ouvido uma vez sem ficar com "aquela" impressão. E então fui fazendo-me difícil de conquistar. O seu nome associou-se ao da Jakarta Records, que é só uma das maiores fontes de boa música do Sótão. Mas eu... difícil.
E fui ouvindo e ouvindo. E o puto tem consistência rapando em cima de beats de alto quilate. E escolhê-los é ter sabedoria. E depois há dias como o de ontem no Sótão. Com um frio do caralho lá fora, preciso daquele momento cozy (☕). E redescubro Ben Beal. Derretido, encontro nele uma dezena de faixas que começo a adorar. E aí vão 5.
Slum Village - Sentimental Love
O diálogo a três, entre Phife Dawg (que já não estava entre nós na data de lançamento do último álbum), Q-Tip e Busta Rhymes cheia de expressão jamaicanas é qualquer coisa... como um coroar da carreira de autênticos reis nisto de fazer hip hop.
[Phife] - Yo, A-T-C-Q, Massive and Crew / Bars to any beat, we beat the beat for true / Massengale's MC's, you smell like pussy stew / Don't let it be you, man up my youth
Q-Tip - Phife, you should've spoke of, man you're in the mode of / Leave that to me, el-Hajj Malik / The man with a plan who made it real for us all / Like Marauders on a mission when we killin' dance halls
[Phife] - Mmm, saga boy Trini man / Ride out when mic's in mi hand / Loved all of mi fans, one two three, dem all of the gang
Busta - With a couple pound a weed and a couple dollar van / Hmm, broke pockets, find another plan / Yeah, [cyan dun], push up oonoo man
Q-Tip - And big up the sound man
Busta - dibby dibby DJ walk
[Phife] - Ayo Bus with them a talk
Busta - They don't want no prob, they don't want no issue / Outline them in bloodclat chalk
Q-Tip - Earlier in the night when we bring out the music / With a box and band killer sound boy movement / Live and direct when it all goes down
Busta - You an idiot boy, you don't wanna fuck around
[Phife] - Big tune make the world round
Busta - Make way for the sound boy crown
[Phife] - Don't you know we're the wickedest sound?
Busta - One box off in your face make a sound boy frown...
“(hm)
here’s something you don’t know about (ey)
I delete your number when I go out
see at the bottom of the bottle when your bottom comes to my eye
I’mma put my phone out, no doubt
nothing colder than oslo in november
your warmth’s gettin hard not to remember (it’s like)
I can honor how we decided to end it (or)
hit quick dial and surrender, bury the hatchet (hm)
deep in that fertile soil, that thing you do with your - (ss)
that’s personal (yo), straight up and vertical
the coupe is cool when the bird’s flown
word is sippin merlot alone, that’s how I go (ey)
that’s how I go (ey)
merlot
this burgundy is dark, there’s something in the dark
I’m just...
(hm)
walking home, dough low
another night in the o-s-l-o
another night in the o
I’m just walking, walking home
in the o-s-l-o, dough low
♒ ♒ ♒”
Quando abri aquelas gavetas naquele quarto já conhecia por alto DJ Cam. A "Rebirth of Cool" era, e continua a ser, daquelas faixas "minhas". "Minha" porque contém o feeling que quero sempre. Lá na gaveta estava um CD: "DJ Cam Playlist".
Enquanto voltava a casa pus o CD a tocar no carro e quando cheguei às faixas 7 e 8 subi o volume. Uns anos mais tarde haveria de o dar a alguém a quem nunca poderia sequer pedir para valorizá-lo da forma que valorizo...
Ficaram comigo a 7 e a 8, principalmente. "Minhas".
7. Athletic Mic League - RU?
8. The Likwit Junkies - One Day Away
Houve certos artistas que tive o prazer de ouvir incontáveis vezes, de um modo louco e obssessivo, durante este ano. No entanto, não haverá nenhum com quem me tenha identificado tanto do que Ivan Ave. Depois de ser introduzido a "The Circle", depois de ouvir por inteiro o álbum "Helping Hands", percebi que Ivan Ave tinha algo muito característico com o qual me relaciono imediatamente.
As influências base para a sua arte são evidentes, percorrendo o jazz, a soul e o funk de câmara lenta - louros devidos também aos produtores a quem se foi associando. E eu, super influenciado pela forma abstrata de partilhar a mensagem e pela maneira como percorre as batidas com a sua voz. Deixando aqueles 'huh's' e 'nah's' nos fins de versos... Na verdade, conheçê-lo mais a fundo e ter passado uma audição atenta por tudo o que fez para trás, abriu-me a porta a novos artistas e às respectivas colectividades e editoras, a novas sonoridades e abordagens. Malta talentosa e desconhecida do grande público.
Junto então ao blog muitos desses nomes, enquanto vou curtindo por aqui na minha paz. Olho para a lista e orgulho-me. Entre colaborações e faixas a solo, um denominador comum: Ivan Ave!
"Do you realize this generation doesn't have slow jams at parties? This is partly why men don't know how to talk to women anymore."
PS: a obra prima de Ivan Ave chama-se "Helping Hands" e está aqui!