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Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.

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Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

playlist #59

Francisco Espregueira

Novidades e novidades. Fiz esta a pensar no Inverno em cidade. Sete faixas para andar pelos pingos da chuva, pelas filas de trânsito e pelas atividades rotineiras como se nada fosse.

A profundidade do hip hop para vos guiar pela semana.

seb wildblood : "SW004"

Francisco Espregueira

A editora londrina 'Church' é uma das hubs do momento no que toca ao alto quilate da música eletrónica. O seu boss chama-se Seb Wildblood que acumula essa função com a de talentosíssimo produtor! No passado dia 4 foi lançado uma pequena colectânea com 4 faixas, que sonho adquirir em modo físico. Para já contento-me com as maravilhas da internet para as ouvir e vos passar. Com todo o gosto!

SW004:

notas

Francisco Espregueira

Duas novas ouvidas no domingo.

De manhã, abri o portátil para ver se algo me surpreendia. "I Luv Dr. Girlfriend" de Kyle Hall acabou por ditar o setting perfeito. A calma e a nostalgia espalhadas pela casa, enquanto começava o dia. A repetir. Pensei em dar uma vista de olhos na discografia de Hall, o que tenciono fazer brevemente.

De noite, voltei a colar nos documentários da Resident Advisor. "Real Scenes" em Los Angeles trouxe-me a certa altura "Then Before Now Once More" de Sage Caswell com as batidas a caírem com peso. Denso. Mais do que adequado para a meia luz da noite.

Aqui ficam.

Kyle Hall - I Luv Dr. Girlfriend

Sage Caswell - Then Before Now Once More

especial : favela #2

Francisco Espregueira

playlist #59.png

Do pesadão no Sótão. A edição #2 do "especial favela trap" chega finalmente. Só precisei de um clique. Esse clique numa mix que pairava no soundcloud reacendeu a chama faveleira dentro destas quatro paredes e trouxe consigo o vento tropical que me vira ao contrário.

Ao longo do ano fui estando atento ao que de novo surgia, recolhendo, obcecado, os diamantes que coleciono. Fui juntando tudo a uma lista que guardo para o efeito, sabendo que um dia a revisitaria e que subiria ao Sótão para libertá-la janela fora. Aquele clique naquela mix, foi a pedra de toque... e agora: janela aberta.

São 20. Batida bem pesadona, elementos bem tropicais... as faixas vão se abrindo umas a seguir às outras chegando até ao funk do puro. Tudo aí em baixo. Alô Brazil!

A edição #1 : AQUI!

A TRIBE CALLED QUEST : "WE GOT IT FROM HERE... THANK YOU 4 YOUR SERVICE"

Francisco Espregueira

Esta é a última peça. A sexta e a final. Depois de "People's Instinctive Travels and the Paths of Rhythm", "The Low End Theory", "Midnight Marauders", "Beats, Rhymes and Life" e "The Love Movement":

"We Got It from Here... Thank you 4 Your Service".

A Tribe Called Quest é tão importante para mim que penso, imbuído deste momento final, que conseguiria escrever um livro sobre o quanto mudei a partir do momento em que ouvi pela primeira vez "Electric Relaxation". Nasci em 1992 mas só lá para a segunda metade do anos 2000 é que comecei verdadeiramente a ouvir hip hop. ATCQ já tinham lançado "The Love Movement" em 1998 mas, por sorte, fui introduzido a este género musical por portas que me levaram a eles rapidamente. E a partir daí o hip hop para mim passou a ser indissociável de ATCQ...

Lembro-me do início de "Keep It Moving" com Tip abrir o livro e a distanciar-se de guerras east vs west, dropando um flow que lhes é tão característico... lembro-me de me apaixonar por "Bonita Applebum", lembro-me daquele constante diálogo entre Phife e Tip na "Check The Rhyme", de andar de carro a acelarar com 40 Cº lá fora ao som de "Luck of Lucien", do refrão de "Find A Way", de "Stressed Out" lá em cima no Sótão, de dançar ao som de "Oh My God"...

Ao longo dos últimos dez anos fui associando vários momentos à música destes senhores. E por isso escrevo mais do que o habitual... ficando tanto por dizer ainda. Hoje, passados quase 20 anos desde o último álbum, acordei com a sensação estranha de que poderia sair desiludido. Na verdade não sou muito fã de comebacks e acho sempre que um artista - ou um grupo - quando sai do seu tempo, fica a meio caminho daquilo que era e daquilo que é. Para me consolar pensei no excelente "Black Messiah" de D'Angelo, ele que também se ausentou durante tanto tempo, ele que me foi introduzido por Tip.

Mas houve qualquer coisa na primeira música... chama-se "The Space Program". A faixa começou a tocar com uma urgência de palavras... de calls for action, arrepiando caminho por ali acima até que tocam os acordes de "Electric Relaxation". [blank mind, eyes wide open, heart beats] [blank mind, eyes wide open, heart beats] - 'pfffffff' - liberto extasiado. O ciclo acabara de completar-se poeticamente.

O resto vou ouvindo por aqui, sem parar, atento aos detalhes. Repetindo doses. Viciado. Deixo tudo inteiro para voçês aí em baixo. "We Got It from Here... Thank You 4 Your Service".

JUJU ROGERS & BLUESTAEB - GET LOST

Francisco Espregueira

"Today is a day that leaves you lost in the light of yesterday's election which essentially is a continuation of a global trend of racist, sexist and homophobic populism from the US to the Philippines. The whole problem is very complex but all of these populist idiots benefit from a huge part of the people not caring and they rather 'get lost'. JuJu Rogers drops some jewels - fuck (!) diamonds - over a Bluestaeb beat for those who think their voice doesn't matter. Their album 'Lost In Translation' drops in December."

PS: e amanhã sai o derradeiro álbum dos ATCQ, os olhos carregam-se de lágrimas. "We Got It from Here... Thank You 4 Your Service"

HARVEY SUTHERLAND AND BERMUDA : "PRIESTESS / BRAVADO"

Francisco Espregueira

Desde as subtilidades de "Bamboo" que ansiava por mais do australiano Harvey Sutherland! Este vídeo nas RA Sessions deixou a água na boca que tinha que deixar... a transição da "Close Quarters" para a nova "Priestess" é tão suave como se deseja, crescendo esta mágica-e-lentamente durante 9 minutos.

E a qualidade de som que sai das colunas é tão boa que só posso deixar-me levar. Vou em busca de "Priestess" mas só saía dia 4. 'Espero uma semana e tá aí!'. Mas dia 4 esqueço-me! 'Como é possível?', pergunto-me! Bem, mas chegou o momento de ouvir e só pensei 'atenção nos detalhes'... mas que detalhes tão bons!

Por razões que nem consigo expôr estarei numa cama por 3 semanas... puxei toda a música para junto de mim, juntei o sistema de som à cama e aqui vou ficar... Que Harvey e os Bermuda me acompanhem.

'Atenção aos detalhes'.

Harvey Sutherland and Bermuda - Priestess

Harvey Sutherland and Bermuda - Bravado

PLAYLIST #58

Francisco Espregueira

In August 1973, the sister of DJ Kool Herc was holding a birthday party for herself in the basement of 1520 Sedgwick Avenue. As Kool Herc was playin' the music on his two-disc turntable, he began to slow the music down, sloooowing the record. People stood up and took notice, and began to ask him to do it again. He did it again. They asked him to do it again. He did it again. He attracted more and more people to his performances, and people began to imitate him. And that was the beginning of hip-hop music. It started in The Bronx.

NOTAS

Francisco Espregueira

Porto, Novembro de 2016.

Tem anoitecido com vento leste, sempre sinal de bom tempo no sítio onde vivo. Semana após semana penso que vai desaparecer, mas não. Rasgo, então, com qualquer linha de estilo que este blog possa ter, para aqui trazer duas tão bonitas e emocionantes.

Uma toalha, um paravento, um tipo sem nada para fazer e "Samba de Raiz". Na roda de samba que se constrói na minha imaginação, em Novembro e na praia, penso em "laia-laia".

Samba de Raiz - "Malandro" & "Malandro Também Chora" (original de Jorge Aragão)

Malandro,
eu sei que voçê nem se liga no fato
de ser capoeira, moleque, mulato...
perdido no mundo morrendo de amor

Samba De Raiz - "O Show Tem Que Continuar" (original de Fundo de Quintal)

Mas iremos achar o tom,
um acorde com um lindo som,
e fazer com que fique bom,
outra vez o nosso cantar...

ROSS FROM FRIENDS (II)

Francisco Espregueira

Novamente Ross! Este é o tipo que mais ouço de momento. Todos os dias, pró meio das atividades rotineiras lá aparece RFF com as suas batidas distorcidas bombardeadas do céu. Caem em cima de mim como se fossem gotas de chuva gigantes...

Mas não são apenas as suas produções originais que merecem aclamação. RFF tem vindo consistentemente a lançar remixes do mais alto quilate! "Tired of Being Alone" dos Athlete Whippet é a última a impressionar. O play, aí em baixo, é bastante recomendável. Diga-se de passagem, que é consistentemente boa ideia ouvir qualquer coisa com o dedo deste tipo.

Maribou State, Pedestrian, Ment, Contours e Temptress são conquistados por Ross que lhes adiciona essas gotas de chuva gigantes que caem do céu desordenamente... os toques são inconfundíveis. Tudo aí na lista de 5 remixes que apresento.

O estatuto de mito suburbano que vai conquistando só pode ser justo... só pode ser justo. Longe dos holofotes, muito longe mesmo, há génios que valem a pena ser ouvidos.

PLAYLIST #57

Francisco Espregueira

Absorvo o som que toca, necessito dele para estar bem. Penso nisto durante toda a noite de domingo. A primeira, a mais recente novidade da editora londrina Church, chama-se "Eclipses". Garanto que não distingo bem o que se passou nas horas seguintes a tê-la encontrado. Acordei, no entanto, incrivelmente bem. No caderno uma lista de 7 faixas. Preparo-as agora para serem atiradas rumo ao infinito.

Do Sótão para o infinito.

AALIYAH : REMIXES

Francisco Espregueira

Queen Aaliyah é uma das artistas mais sampladas por todo o mundo. A sua morte precoce criou uma aura especial à sua volta, tornando-a uma influência muito presente nos dias de hoje. São inúmeras as abordagens diferentes feitas à sua música durante esta última década - com "Rock The Boat" à cabeça. Desde produções hip hop até puras faixas de deep house. Mesmo meu menino Sángo, nos seus ritmos faveleiros, reinventa Aaliyah em "Baile Somebody" como poderão ver mais para baixo. Este post está virado para as pistas de dança...

Pode parecer estranho passar de um estilo tão tipicamente R&B para algo que vibra nas caves mais underground da cena eletrónica... Eu penso que encaixa na perfeição. Por isso, vou criar uma linha imaginária a dividir o post em dois para defender este ponto de vista:

À esquerda, escrita por Timbaland e Missy Elliott, "4 Page Letter" - num estilo tão próprio desta Queen, smooth, tipo-balada. Em baixo, um rawcut de M44K que a puxa para as 120 batidas p/ minuto sem deixar que o feeling melancólico da sua origem desapareça.

Aaliyah - "4 Page Letter"

À direita, novamente colaboração de Timbaland ("can y'all really feel me?") a produzir "Are You That Somebody?" - batida descontrolada, partida e meia-gaga. Em baixo, o génio de Mall Grab vira do avesso a faixa, compromentendo a conexão corpo-mente. Deixo-a fugir...

Aaliyah - "Are You That Somebody?"

I’m sending him a 4 page letter,
and I enclosed with a kiss...
If I let you know...
(You can’t tell nobody)
(I’m talkin’ bout nobody)
Are you responsible?

Lo-Fi forever ✌

NOTAS

Francisco Espregueira

"China, cebame un mate."

Mais umas notas que vale a pena tirar.

Os Gotan Project têm músicas que me marcam definitivamente. Ultimamente, as palavras de Juan Carlos Cáceres com aquele sotaque semi-indígena andam tatuadas na minha mente.

Cativado pelas "notas" tiradas nesta faixa, o sentimento de partir rumo ao Sul surge de novo.

Mestizaje de europeos, negros, indios.
En el río de la Plata,
hace mucho, no se sabe justo cuándo...
un buen día nació el tango.

Gotan Project - "Notas"

NXWORRIES : "YES LAWD!"

Francisco Espregueira

21 de Outubro. Tinha esta data marcada no calendário. Depois de "Suede", que já tem uns dois anos, depois de "Link Up", depois de "Lyk Dis" e depois de "Get Bigger" a expectativa só podia ser o maior inimigo de "Yes Lawd!". Mas os NxWorries, compostos por Anderson .Paak e Knxwledge, derrotam tudo...

NxWorries - "Best One"

Editado pela Stones Throw Records - a editora perfeita para este projecto - "Yes Lawd!" é uma peça que mistura na perfeição as raízes da música afro-americana. Há muita soul, muito funk, muito jazz, muito hip hop, muita atitude! Aliás a viagem pelo álbum é isso mesmo. Há momentos que fazem lembrar os anos 60'/70' da música negra, outros com samples bem funky e batidas na onda R&B/Hip Hop... Isso tudo conduzido por Knxwledge. É ele que guia este Chevrolet descapotável.

No lugar de passageiro, Anderson Paak. Qual super-herói! Na sua atitude pavoneadora, sem papas na língua... uma espécie de James Brown dos dias de hoje. Nastier, meaner e sexier. Dirige-se ao mulherio: magoando-as ou sendo magoado por elas. Encantado, ajustado, enojado, desapontado, apaixonado por elas. Chamando-lhes de amores e de putas. Prometendo não trair e traindo. Capaz de as endeusar para depois as reduzir a pó na faixa seguinte. Paak é Paak e quando ele te chama bitch é porque és a bitch dele...

Espero ansiosamente pelo momento em que tenha este vinil nas mãos. Não haverá melhor coisa durante uns tempos do que chegar ao Sótão de noite, segurá-los nas mãos, e pô-lo a tocar... sentar-me e deixá-lo. Amei isto à primeira vista, assim como amei a "Suede" cinco segundo após o play. Para a coleção especial do Sótão: "YES LAWD!"

NOTAS

Francisco Espregueira

Duas notas muito rápidas.

"What They Do" dos The Roots. O início com a bateria de Questlove e todo o groove que se segue. "Never dooo... what they do, what they do, what they dooo". 1996.

"Love" dos The Globetroddas. O baixo que serve de base à faixa. Ando a murmurar a sua melodia. "The Globbetroddas take your soul a ride". 2004.

The Roots - "What They Do"

The Globetroddas - "Love"