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Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.

Content

Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

notas

Francisco Espregueira

Três notas sobre o que de Eletrónico tem passado por aqui.

O deep house de Jawn Rice é uma reminiscência do boogie e do jazz-funk, inclinando-se para um estilo de produção hiper-moderno. O novo álbum "Highlights", lançado pela norueguesa Mutual Intentions, é uma ave rara musical.

"Highlights", by Jawn Rice [Mutual Intentions]

"Lonnie's Reprise", de Nicholas, é uma das recentes apostas da londrina Church. A faixa "Dhalia" ganha contornos perfeitos em dias caseiros e cinzentos.

"Lonnie's Reprise", by Nicholas [Church]

Os alemães Karl Lumont e Ray Kadinski colaboram no 4º release da The Other Planet. "Blue Flamingo", de Lumont, abre o EP de quatro faixas em estilo.

"Natural Beauty", by Karl Lumont & Ray Kadinski [The Other Planet]

fabriccio: "jungle"

Francisco Espregueira

O final do ano traz uma das maiores surpresas da música brasileira dos últimos tempos. Fabriccio lança "Jungle" e desponta como uma das promessas da black music do universo da língua portuguesa.  "Jungle" remete para mais de um sentido. Um deles é justamente o da mudança do cantor para São Paulo. Cidade de dimensões infinitas. Uma selva urbana.

Lançado pela Indigo Music Production, o álbum tem 13 faixas carregadas de r&b e soul. "Teu Pretim" a primeira do álbum é também o single de introdução. O vídeo aqui nesta prateleira deixa a água na boca dos desconfiados que não irão ao clique tão facilmente no play de baixo.

Uns toquezinhos de D'Angelo... uns pianos de Tim Maia... moderno, clássico e ao mesmo tempo. "Amor e Som" segue dando a receita para momentos bons. Esses, sim. Depois "Jungle" continua a descer a nós com ritmo, com baixo, com alma em letras de inesgotável imaginação, sensualidade e herança "preta".

no flow do r&b
vivendo de amor e som
só amor e som...
só amor e som...
e um kilo do bom...

pete flux & parental

Francisco Espregueira

A colaboração transtlântica entre o MC americano Pete Flux e o produtor francês Parental tem sido frutuosa. Desde 2013 foram sendo publicadas faixas de alto quilate musical. Com sonoridades remanescentes da era dourada do hip hop, as batidas e raps estão longe de soar datadas. A produção de Parental mantém o sabor bruto dos anos 90, através das camadas de jazz que cobrem o boom bap da bateria, enquanto que nas rimas Pete Flux flui sobre o instrumental como uma frente de nuvens sobre as montanhas. 

Mas vamos à timeline discográfica, editada exclusivamente pela francesa Akromégalie Récords. 2013 é ano de "Right Here", uma espécie de preâmbulo do EP de estreia "Travelling Thoughts", lançado em 2014 - o projeto mais encorpado do duo, com colaborações escolhidas a dedo. Uma verdadeira sensação de honestidade e paixão é sentida ao longo de "Travelling Thought", talvez bem exemplificado em "True To Your Art (feat. Kalhex)".

Recentemente, no inicio deste ano, Flux de Atlanta e Parental de Paris, voltam a colaborar. O single "What They Need" será talvez um prenúncio de que o casamento entre os dois seguirá. Com juras de fidelidade ao jazz, ao boom bap e às palavras da consciência. Matrimónio que o Atlântico não abalará.

playlist #92

Francisco Espregueira

Um dos artistas mais promissores no soundcloud vem de Sevilha, Espanha. Chama-se Juan Rios e acaba de lançar um novo álbum com o nome: "Natura". O skit de "Azulinho" abre bem a playlist semanal, que segue depois com frequências relaxantes.

Benny Mails, depois da sua aparição no COLORS, aparece com uma nova mixtape que inclui "Mantra" e a bela "Aware". Um clássico desconhecido da colaboração Pete Flux & Parental, Funkonami com uma das faixas do impressionante "Into The Deep Ocean" e a homenagem a Biggie Smalls a cargo de OTESLA, continuam a vibe da #92. Toques de Brasil e de reggae para terminar com onda.

sicknessmp: "deep insomnia"

Francisco Espregueira

Sickness MP é novidade. Natural da Indonésia, irrompe forte por aqui e pelo underground das editoras europeias de hip hop. Tirando inspiração do Boom Bap dos 90's, lança "Deep Insomnia" especialmente dedicado às mentes inquietas. Ouvi-lo é viajar por samples marcantes da Golden Era do hip hop, matando um pouco das saudades que os aficionados deste género poderão sentir.

Para os que precisam de ser convencidos, segue o preview de "Deep Insomnia" mixado por Score34. Para os que foram seduzidos, o álbum por inteiro não desilude.

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devaloop: "from the bits to the cosmos"

Francisco Espregueira

"From The Bits To The Cosmos" é o álbum de debut de Devaloop, carregado de colaborações multilingues do mais alto quilate, lançando inúmeros MC's desconhecidos. Editado pela produtora alemã Radio Juicy, o trabalho de Devaloop apresenta 16 artistas diferentes, explorando detalhadamente a cena hip hop/rap underground, que se vai passando em várias cidades espalhadas pelo mundo. 

Devaloop está como um maestro. Definindo através das suas produções, o cenário em que cada um dos seus colaboradores entra. Todas juntas, são 14 faixas com uma vibe relaxada e repleta de sons bem vintage, que nos trazem de volta à era d'ouro do hip hop. Destaque d'O Sótão para o poder "Ya No (feat. Emblema)" e a sua hook alucinante.

Ya no soy tu
Tu ya no eres mi
Ya no hay otros ya
Y ya no vivo allí

playlist #91

Francisco Espregueira

A #91 segue com seis novidades e um underground classic pelo meio - "Doomsday", com o inesquecível sample de "Kiss of Life" de Sade, é um momento de quebra entre as novidades de Verbz, Psalm//Trees, Ridm, ntourage e do druida Knxwledge. O fecho do fim de semana no Sótão pertence-lhe. O início a cargo de uma faixa que tem uns miseros duzentos plays no soundcloud. Diria que em breve terá bastantes mais...

notas

Francisco Espregueira

Viajando atrás no tempo. Hip Hop d'ouro.

Pela mão de um dos produtores mais seguidos e mias influenciadores que pairam pelo Soundcloud. Com horas e horas de bpm's baixas, leva-nos pelos meandros daquilo que melhor foi feito no género por esses anos. Ntourage pega em "Paper Thin" de Bahamadia e dá-lhe o seu toque. De 1996 até 2017, são vinte um anos.

Há vinte e dois, em 1995, Milkbone explodia com "Keep It Real". Icónica a batida que suporta a atitude arrasadora no seu flow. Icónico o vídeo na neve de New Jersey. Eras douradas a preto e branco. "Because it's real. It's always real".

feelgood experiment

Francisco Espregueira

Diretamente de Bristol para o Sótão - Feelgood Experiment e todo o jazz que o EP de estreia contém em si. São sete faixas que vão crescendo e que fazem ainda mais sentido quando escutadas juntas. Pela progressividade que têm, pelo ritmo que impõe e retiram com mestria, sempre trazendo um toque especial através da voz de quem as canta.

As harmonias e velocidades vão se alterando ao longo do EP... de "Church" a "Maya", de A a Z. Passando por "Osprey" que tem duas caras, por "Onocee" que desliga as luzes e toca no escuro e por interlúdios com sensações improvisadas, mas coerentes com o conjunto. A última faixa, e single do projeto, é uma ode à poeta e activista Maya Angelou. Um tributo a todos os que demonstram força perante a opressão.

E por aí escutamos Feelgood Experiment. Com este EP de qualidade e partilhando palcos com nomes como Alfa Mist, Ezra Collective, Oscar Jerome, entre outros. Por aí a entrar na cena jazz vibrante que se vive por terras britânicas.

Holly Wellington - Vocals
Alfie Grieve - Trumpet
Russ Machin - Guitar
Henry Binning - Keys
Ollie Horne - Bass
James Vine - Drums

nubya garcia: "nubya's 5ive"

Francisco Espregueira

Um dos mais interessantes projetos de 2017 chega pelo sopro genial da saxofonista e compositora baseada em Londres, Nubya Garcia, que edita a sua primeira compilação de músicas a solo, depois de uma série de colaborações de alto-nível. "Nubya's 5ive" é uma colecção calorosa e calmante de faixas (cinco, de facto, com a sexta a ser um extra) que trazem ecos de jazz misturado com toques de R&B e hip hop. Aqui e ali. No geral, trata-se de uma magnífica exibição de virtuosismo guiada por uma orientação esplêndida que poucos band-leaders conseguiriam hoje.

García lidera, e bem, a excelência dos intrumentistas que a acompanham em "Nubya's 5ive". É malta que se conhece, trabalhando nos projetos um dos outros ao longo dos últimos anos. O cruzamento de todos estes jovens players do UK é a chave para criar e manter uma cultura musical. Algumas dúzias de músicos que trabalham simultaneamente dentro de uma determinada localização geográfica, participando mutuamente nas aventuras de cada um. Obviamente, nada de novo no jazz.

E, de facto, em alguns lugares do mundo o futuro aparenta ser brilhante. No Sótão, com o saxofone de Nubya. Enjoy.

Joe Armon-Jones / Piano (todas as faixas) 
Moses Boyd / Bateria (todas as faixas) 
Daniel Casimir / Baixo (todas as faixas) 
Femi Koloeso / Bateria (faixas 1, 3, 6) 
Sheila Maurice-Grey / Trompete (faixa 1) 
Theon Cross / Tuba (faixas 3, 6)

Nubya García / Saxofone.

playlist #90

Francisco Espregueira

A entrada a cargo de KarmawiN com "Time Grind". Faixa de supremo relaxamento nocturno, continuada por duas produções presentes no Made In Germany da Millenium Jazz Music (o primeiro focou-se em beatmakers do Canadá). Primeiro Adlib Swayze e depois Flitz&Suppe.

Recentemente editado com o selo de qualidade da Radio Juicy, "From The Bits To The Cosmos" é o álbum de debut do produtor Devaloop. "Str8 From Allah" conta com a colaboração de Izreal nas palavras. Descemos umas batidas por minuto para a "fool in love" do britânico Harvs e alguns sentimentos em azuis.

Freddie Joachim colabora com K, Le Maestro na composição de "Sugar" que sampla com mestria o mestre Curtis Mayfield. A acabar, perto da meia-noite, "In The Mid Nite Hour" de Paya homenageia Warren G, Nate Dogg e toda a West Coast. Boa onda em 7 músicas.

ivan ave: "every eye"

Francisco Espregueira

Ao longo de 2017 fomos recolhendo pequenas provas de "Every Eye". O segundo LP de Ivan Ave, depois de "Helping Hands", é uma das mais antecipadas obras do ano em território europeu. O título refere-se aos vários ângulos de visão - aqueles que nós escolhemos e aqueles que escolheram para nós. Ivan Ave vai falando disso durante o álbum, tipo tema recorrente no meio de produções brilhantes influenciadas pelo funk e pelo boogie proveniente dos US na década de 80'. Convite a embarcar numa viagem que vai muito mais além de "Every Eye"... pelo passado com olhos no futuro.

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Ivan Ave e a sua crew correm sozinhos na pista. A simbiose de diferentes produtores  músicos presentes no álbum dá um toque absolutamente original a "Every Eye". Mndsgn e Fredfades (companheiro na editora de Oslo - Mutual Intentions) voltam a contribuir em força. Kaytranada colabora com o lendário Dâm-Funk numa faixa cheia de vapor... Kiefer entra com magia nas teclas, assim como o parceiro próximo Arthur Kay Piene. Dj Harrison & Sir Froderick... a trompete de Kristoffer Eikrem. As combinações são quase infinitas. Funk, boogie, jazz, soul e hip hop para dias e dias. Ivan Ave aventura-se para lá das rimas, cantando nos refrões em estilo próprio.

O álbum não segue um género fixo e paira com leveza em cima de qualquer característica que lhe queiramos apontar. Não falta a sabedoria de Ivan Ave, gravando o disco como se fosse o seu próprio livro de auto-ajuda, lidando com os mecanismos da mente, do coração e do mundo que vê (ou não vê). "Every Eye" segue sim um conceito consistente com o universo de ideias e palavras de Ivan Ave. Musicalmente dinstinto do antecessor "Helping Hands", mas pertencente a esse mesmo universo de criatividade.

E entrando por "Every Eye" vibra todo este Sótão no momento em que é soltado um «hey» e a batida de "Now You See Me" cai... O resto segue pelos trilhos do boogie e do funk, aos quais Ivan Ave adiciona quantidades infinitas de flow. Em "One Eye" ouve-se «one eye open and one eye drifting away». Em "Squint" «don't stare to hard now... all that noise in the corner of your eye». Olhos abertos.

now you see me
now you don’t

twit one: "hay luv"

Francisco Espregueira

Twit One é um dos principais nomes da conceituada escola alemã de hip hop instrumental. O sucessor do aclamado "The Sit-In" está aí. "Hay Luv" é o terceiro projeto individual do produtor e DJ de Colónia, com 15 faixas de pura qualidade instrumental. Algumas colaborações bem metidas introduzem o elemento da voz. Outras, sampladas, contam uma história ao longo da obra. 

 

Em conversa de ocasião com alguém da sua editora, Twit One define "Hay Luv" com simplicidade:

Olski: “Hey Twit, distributor and booking agency just called. They need informations about the album. What can we say?” 

Twit One: “Just tell em: Contains Cool Bap.” 

Olski: “Cool Bap? Sounds good, lets do this!” 

 

"Hay Luv" é álbum para coleccionadores. Cool Bap de altíssimo quilate... play.

notas

Francisco Espregueira

Como habitual, as editoras independentes Londrinas têm vindo a introduzir muita novidade na indústria da música. Por vezes despercebidas no meio de tantas luzes, a elas é devida uma boa quota-parte daquilo a que se chama, com fundo de razão, "influenciar". Originalidade em tons de jazz e soul é o que se segue nestas notas nocturnas.

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1973: Sun Ra grava "Space Is The Place". Mais tarde seria considerada como uma das mais avant-garde experimentações de jazz dos tempos modernos. Em 2017, os Ezra Collective têm na sua versão de "Space Is The Place" o melhor resultado das sessões que nos trouxeram o seu último álbum "Juan Pablo: The Philosopher".

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Os australianos 30/70 têm um novíssimo trabalho nas prateleiras editado pela estabelecida Rhythm International. "Elevate" tem vários pontos altos. Falei deles um pouco por aqui. A faixa de abertura, "Slangin", é uma introdução brilhante, definindo o tom e consistência ao longo das seguintes.

children of zeus: "the story so far..."

Francisco Espregueira

A First Word Records estará concerteza cheia de orgulho em apresentar "The Story So Far...". Diretamente de cena musical de Manchester, os Children of Zeus regressam ao Sótão com um EP de qualidade nas ondas do hip hop e da soul music.

Os Children of Zeus iniciaram finalmente o processo de criar um álbum. Este EP é a compilação do que foi produzido por Konny Kon e Tyler Daley durante a última década, que os fez ganhar uma base de seguidores e que introduz o que se segue para quem ainda não os conhece. Contém novas faixas - muita onda em "Smoke With Me", poder em "Crown". As fan-favorites, como "Still Standing" e "No Strings Attached" seguem junto. Tudo compilado numa colecção de música hip hop e soul repleta de pureza.

O primeiro álbum, com novas, cairá algures por 2018. 
Esta colecção é o fim do primeiro capítulo. É o prólogo.
No tempo certo, esta é a história até agora. Em vinil e digital.

noname - "part 1"

Francisco Espregueira

Noname deixa um mimo e lança a primeira faixa depois da aclamada mixtape "Telefone". De novo seduzido pela menina que docilmente conta histórias como se tivesse uma caveira pousada na cabeça. Doce e crua.

Muito recomendável o play aí no vídeo e nas histórias contadas em "Telefone".

playlist #89

Francisco Espregueira

Bem eclética a #89, viajando por diferentes géneros. A primeira tem destaque e segue em separado. "Lost Kingdoms" é a primeira faixa do aclamado "Nubya's 5ive" da compositora-saxofonista londrina, Nubya García. Altíssimo nível.

Londrinos, também, os Ezra Collective têm um novíssimo álbum nas prateleiras. Ainda por descobrir n' O Sótão, o anterior: "Chapter 7", aqui representado pela faixa que dá nome ao álbum. A coletividade de Melbourne, 30/70 volta com "Local Knowledge" e as sessões nos Day Spa Studios, sob o nome de "A Brothers Scracth". Oscar Jerome estreia-se aqui com "Give Back What You Stole From Me", depois de ter surgido com Joe Armon-Jones e Maxwell Owin em "Idiom". Projetos de qualidade associam-se a projetos de qualidade.

Rodam vinis para acabar. O som pode não ter a melhor qualidade, mas a linha de baixo de "Do's & Dont's" é simplesmente adorável. Assim como a letra de "Lotus 72D", originalmente de Zé Roberto. Originalmente de 73. Homenageando o campeão de Fórmula 1 da altura, Emerson Fittipaldi. Para a acelerar com estilo em direcção à semana que vem aí.

É a máquina do tempo e na velocidade não tem igual
É a máquina do tempo e na velocidade não tem igual
É a máquina do tempo e na velocidade não tem igual

kemt - i'm yours

Francisco Espregueira

"そばにいます, (which translates to "I'll be around" by the way), includes a selection of exclusive tracks and sounds that have been doing the rounds for a while now.

For those who have been keeping a relatively close watch on @kemtt over the last year or so will know that the Frenchman has an almost instantly recognisable sound in what seems an extremely saturated low-fi sphere. There's almost an element of guilt that comes along with liking a Kemt track, hazy strings driving through thick kicks with classy deep basses, Kemt is essentially an auteur of the low-fi scene, consistently delivering sounds you'd happily bring home to meet your mum."

Release Date: 01.11.2017