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Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.

Content

Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

PLAYLIST #4

Francisco Espregueira

São 7. Aqui fica a minha selecção deste fim-de-semana, onde apenas escolhi músicas que ouvi pela primeira vez esta semana... menos a última, que ouço vezes e vezes sem conta! Ficam com muito sangue novo depois disto, transfusão musical!

Tenham uma semana em grande.

Do Sótão pr'ó infinito...

LITTLE SIMZ

Francisco Espregueira

From the North Side of London till' Infinity. 20 anos. Vou directo ao assunto, pois já é tarde no Sótão e as lentes de contacto já colam nos olhos. Como elas, fico colado a tentar acompanhar a pedalada das rimas introspectivas de Little Simz.. .muita potência. Deep. Recentemente voltou à minha atenção com a colaboração "Space Age". Está tudo isso lá, muito top! Repito, colado.

 

A versão vivo em Maida Vale da "Mandarin Oranges pt. 2" foi o 1º capítulo (não por ordem de lançamento mas por ordem daquilo que tocou primeiro no Sótão) da minha paixão. Parte 2 da colaboração com o colectivo AGO (que já prometi falar aqui), com o mesmo nome. Essa está logo em primeiro na lista. Atenção ao minuto 2:32 - uiiii! Mas há mais, com alguns EP's lançados: três da a série "AGE 101" e dois mais adultos "Black Canvas" e "E.D.G.E." onde residem grandes beats com produções top de gente conhecidae menos conhecida.   

2º capítulo: ouvir "Black Canvas", tela preta onde pinta como quer e lhe apetece. De lá retiro "Subject Matters"... old style influence. Por esta altura também grudei na "Marylin Monroe", violinos e violinos, mas flow pr'a caraças... Monroe!

O 3º capítulo, e desenlace desta pequena epopeia da Little Simz nas colunas do Sótão, vem do último EP da série "AGE 101", "Frozen" produzido pelo meu favorito IAMNOBODI. É essa que ecoa neste preciso momento aqui. Perfeito momento de paz com o dia a começar para toda a gente mas a acabar para mim. Podem ficar aí à vontade mas eu vou-me deitar a seguir a esta...

Do Sótão pr'ó infinito...

LEE FIELDS & THE EXPRESSIONS

Francisco Espregueira

Let's get back to the Soul! Depois de anos a fazer back vocals para diferentes bandas e artistas Lee Fields renasceu das cinzas a fazer 50 anos de idade na 1ª década dos anos 00' e lentamente foi-se afirmando naquilo que é hoje, um ícone secreto da Soul Music! Lee Fields & The Expressions, a sua banda (que partilha muitos membros com os "Extraordinaires" de Charles Bradley), tem dois álbuns que tocam frequência no gira-discos do Sótão.

"My World" de 09' e "Faithful Men" de 12' dão me vontade de vestir um fato à medida e beber um copo de whisky numa poltrona de couro, noite dentro. Talvez esteja só a imaginar-me como Harvey Specter, o protagonista da série "Suits" que, no fim de mais um dia a solucionar casos jurídicos, se senta no seu escritório a escolher qual o vinil que vai tocar. Em muitos episódios escolhe um destes vinis, às vezes Al Green, Marvin Gaye ou também, Charles Bradley.

"You're The Kind of Girl" é, sem dúvida aquela mais conhecida do público em geral, que se escolher bem a pode ouvir em algumas poucas rádios, como a baseada no Porto, "Rádio Nova". Mas de resto, e toda a gente sabe, nós não temos uma grande cultura de Soul Music em Portugal, e por isso introduzir Lee Fields a quem não o conhece, pode ser também abrir portas para estas sonoridades clássicas mas intemporais.

Deixo duas, o hit "Ladies" de "My World", e outra onde também podem sentir o poder da voz de Fields e dos instrumentais dos "Expressions", esta de "Faithful Men", o meu álbum favorito deste senhor.

Gira discos a tocar e a classe toda do mundo.

Lee Fields - Ladies

Lee Fields - It's All Over (But The Crying)

SÁNGO

Francisco Espregueira

Há um ano acabei por conhecer, nas minhas buscas nocturnas, Sango! Como tantas vezes, fui ao acaso carregar play num dos seus EP's, e fez-se luz! Nunca pensei em gostar da mistura do Hip Hop com o Baile Funk Brasileiro até me deparar com ela. Membro do colectivo "AGO", que falarei aqui noutra altura, Sango é obrigatório, pois faz aquilo que ninguém antes fez! Senhoras e Senhores, apresento-vos hoje um estudo experimental do baile funk.

Sendo sincero, não sei se Sango andou a viajar por entres os bailes funk do Rio, mas é assim que gosto de imaginar... Recolheu influência e trouxe-a para casa, em Seattle, para fazer uma brilhante compilação de músicas. É só pensar numa disco cheia de gente a abanar-se intensamente, aí nos confins do Rio de Janeiro ou Bogotá e o Sango lá no meio a curtir. Shit, tenho que apanhar um avião direitinho para uma dessas!

Um sítio escuro com fumo, muita gente a dançar, olhares de predação... noite fora. Lembranças de tudo em câmara lenta na manhã seguinte.

Mas Da Rocinha 2, foi só o ponto de partida para eu agora me afirmar como fã do gajo e querer partilhar convosco aqui a partir do Sótão, a sua arte. No Soundcloud é já um artista muito na voga e um dos mais seguidos. Qualquer publicação que faça vai ter um público grande a salivar para que o clique no play leve a que a música passe do computador, por entre os fios até às colunas. Eu não sou excepção.

Com produções exclusivas e colaborações, deixo 4, sendo que a última é das melhores cenas que roda neste escuro Sótão. Música pr' aquecer esse frio do caralho! De Mim pra Voçê.

LEON VYNEHALL

Francisco Espregueira

DJ/Produtor do UK, viu em 2014 a sua arte a deixar o mundo da música electrónica de boca aberta. Conhecido desde 2010 no meio das Ilhas Britânicas, deixa-nos com "Music for The Uninvited" sete produções de extrema qualidade. Eu confesso que me deparei com isto talvez demasiado tarde... 

...há uns dias a grindar na net em busca de novos sons tropeçei e caí nos braços de "Be Brave, Clench Fists"... ouro puro, reinventando o clássico de Pepe Bradock "Deep Burnt".

O EP a que me refiro, é resultado de Leon ter a certa altura voltado para casa dos pais onde andou nas gavetas, armários, sótãos a pesquisar a vasta colecção de cassetes de soul e funk dos pais. É assim que se faz... as influências transformadas nesta colecção de 36 minutos de originais. A minha preferida: "Inside The Deku Tree", a música que abre essa mesma colecção.

Como a "It's Just (House Of Dupree)" já vai rodando em muitos bons sítios por esse mundo fora dou atenção às minhas favoritas de Vynehall. Lanço aí na playlist 4 sons... dois do brilhante "Music for The Uninvited" mais outras produções muito bem polidas deste génio britânico!

Enjoy! Para ser consumido sem moderação.

spuoɯɐıp sǝʞɐɯ ǝɹnssǝɹd

PS: Obrigado A. Magalhães.

CHRIS McCLENNEY

Francisco Espregueira

Antes conhecido como MisterMack, Chris McClenney é só mais um dos enormes talentos que é possível encontrar a crescer nas bibliotecas do Soundcloud. A primeira vez que o ouvi foi há uns 5 meses atrás, através de um demo chamado "Live it Up". Fiquei encantado. A influência de Dilla na batida e muito jazz e soul, apesar da voz não ser a predestinada para esse estilo, bastando a entoação e a melodia certa. A coragem na música também conta.

McClenney, tão depressa faz brilhantes composições cheias de profundidade, como a maravilhosa "Some Day My Prince Will Come", como de repente está a saltar para a pista dança com a reinterpretação do clássico de Frankie Beverly, "Before I Let Go". Gosto das duas e, assim, acho que me puxa um empate. É no meio onde está a virtude, diria muita gente que não pensa sobre nada de especial. Aplica-se a este gajo, no entanto.

Há uns dias, e voçês têm sorte em eu estar aqui sempre atento, foi lançado pela SOULECTION, editora americana, o 14º EP da White Label Series e o convidado é Chris! Desta vez com banda a suportar os seus devaneios criativos, o resultado é fortíssimo. Estamos na presença de imenso talento! Aí fica este delicioso EP de 4 musiquinhas, com a intimidade que o género exige. Tune that shit Up!

E é, como habitual, do Sótão pró infinito... Apressem-se no play, Chris McClenney vai lá chegar rápido.

DJ CAM QUARTET

Francisco Espregueira

Laurent Dumail A.K.A. DJ Cam, de 2008 a 2009 editou três álbuns geniais albuns sob o nome de DJ Cam Quartet. Neles o hip hop que costuma trazer para as músicas é invadido pelo jazz e a soul music! Tratam-se de 3 obras primas, as quais recomendo a toda gente, sem excepção! "Stay" em laranja, "Rebirth of Cool" em azul e "Diggin'" em amarelo.

Lembro-me de abrir as gavetas do meu primo, repletas de CD's gravados. Na fila C, estava a discografia de DJ CAM preparada para ser ouvida e herdada por mim. Até que lá chegou o dia e no Sótão ouvia "Rebirth of Cool" que é feita de rascunho a partir da aclamada "Ressurection" do Common. E, eu, renascido, depois de exposição a tal genialidade decidi ouvir o resto! Deixo as minhas duas favoritas. Além da "Rebirth of Cool" posto uma feita a partir do sample da Queen Eykah Badu, "Think Twice"... sublime!

E desta vez deixo o Sótão e vou em direcção às tortuosas e lindas ruas da minha velhinha Foz, à espera daquele momento da música que, apesar de fingir, sei onde está... aquele que quando tocar vai pôr tudo em profunda tranquilidade.

Chilllllll para ouvir e repetir em repetição! Composed, Produced and Conducted by CAM

Rebirth of Cool

Think Twice

TOM MISCH

Francisco Espregueira

Com 19 anos, Tom Misch é um puto simples. Só que quando pega na guitarra e a junta ao groove do hip-hop torna-se feiticeiro. No Sótão fico hipnotizado com a melancolia que as suas produções transmitem. Aquela melancolia da viagem que foi completada mas que deixou marca. Beats na maioria instrumentais, falam sem utilizar palavras, combinando elementos de jazz e soul. Pelo meio, cabeças a abanar ritmadamente com aquela típica batida hip-hop!

Em 2014 lançou o "Beat Tape 1" e em 2015 espero pelo #2, na linha que o caracteriza, com calma, com groove, com viagem! E não é que no ano que agora acabou o c***** do chavalo lançou um EP pela SOULECTION  que é só uma das mais proeminentes editoras da cena Hip-Hop americana....não é para todos, não é para todos!

Apesar de, como disse, grande parte das produções serem instrumentais, Misch aventura-se a cantar com uma voz que não é forte mas deixa pegada musical! Essas pegadas são deixadas, de tempos em tempos, também pelos re-flips que vai largando na net, como a sua visão surpreendente da "Wicked Games" dos Parra for Cuva ou a "Ill Vibe" do icónico Busta Rhymes, e pelas produções para outros putos como Barney Artist e Carmody. Vale a pena o clique!

Viva o talento e o resto que se f*** não é? Vou buscar uma cerveja gelada, como eu gosto, vou sacar de um Lucky Strike e vou-me sentar a ouvir Tom Misch hoje à noite.

São servidos?

PLAYLIST # 3

Francisco Espregueira

Hey, hey, hey, h-hey, hey                                                                                                                         What you say? Andei a murmurar esta dos Slum Village a semana toda.

Playlist #3  com Hip Hop antigo e recente. Viagem do passado muito longínquo ao menos longínquo até ao presente com o novo som do produtor do Porto Virtus! Homecut, o alemão Suff Daddy e o turco F.A lá no meio.

Tenham uma grande semana. Do sótão p'ró infinito...

KAYTRANADA

Francisco Espregueira

Quem anda pelo Soundcloud não pode deixar de tropeçar (e deixar-se cair) nos beat's deste meu menino originário de Port-au-Prince, Haiti mas baseado em Montreal. Da minha grande geração de 92', com 22 anos e desde os 15 a produzir, é mais um desses "feiticeiros mágicos" que se abriram ao mundo via 'net e que estão aí a partir mundo fora. É só ir ao Facebook dele e ver as caras do pessoal Londres, Sydney, etc, etc, a curtir à grande. 

N' O Sótão sempre gostei de o ouvir, pois é eclético e não menos talentoso a invadir o género da dança, do Hip-Hop e do R&B. Estou para ver se algum dia apostará em força por um desses caminhos mas as pegadas que vai deixando vêm com a marca dele sem dúvida nenhuma!

Desde o ano passado é um produtor muitissímo requisitado por inúmeros artistas/MC's - prova da magia que coloca na sua arte.  Nada acanhado também a dar o seu inconfundível cunho em Remix's de muitas conhecidas como a incrível "About Da $" de T.I., a clássica "Golden" de Jill Scott, o sucesso "On & On" dos Snakeships, "Atm Jam" da louquinha Azealia Banks, a  "Kaleidoscope Love" dos londrinos AlunaGeorge e muitos mais! (sério... é só ir ao seu perfil no 'cloud e encontrarão tudo). Tantos link's que tornam este post digno de visita e revista. E KAYTRA é isso mesmo... digno de ouvir e re-ouvir vezes sem conta!

KAYTRAtudo tem tantas que vos podia recomendar para se reclinaram nas cadeiras e bunks do mágico Sótão que fica difícil ?... mas vou ser selectivo e escolher as minhas "top". Aí fica. Com produções instrumentais em nome próprio e colaborações com pessoal que ainda irei falar aqui no blog. Atenção à nova Leave Me Alone com Shay Lia!

Been thinking ‘bout gettin’ this tatt all on my face, who gives a fuck nobody get to see me anyway
Sober Kids with Sober Thoughts

PLAYLIST #2

Francisco Espregueira

O Sótão

This is a Late Night Tale... um bocado farto de minis desta vez aqueço um chá para voçês. Com diversidade do R&B a chegar à Electrónica, com coisas novas e menos novas mas... tasty!

6 na Playlist de Fim-de-Semana # 2.

Kick back.

Andrew Ashong

Francisco Espregueira

Andrew Ashong - Don't Know Why/Never Dreamed [Rework]

Quando é que uma música se torna incondicionalmente "minha"?? Estou a falar de a ouvir quer esteja no avião de partida ou no avião de regresso. Estou a falar de a ouvir vezes infinitas, tanto que começo a ter pena de outras que parece que me olham lá do ecrã do meu iPod ansiando que eu vá carregar no play para que elas possam ter finalmente a oportunidade de me impressionar.

A "Flowers" é minha mas também é de muita gente! Eu já mostro a quem não conhece... mas esta é resultado da junção de Ashong ao gigante Theo Parrish. Puff... no topo a partir de 2013, rodando nos iPods e afins de, lá está, muita e muita gente. Gente com gosto? Absolutamente!

Pois é... mas já estamos à porta de 2015 e hoje acordei, liguei as potentes coluninhas que o meu primo me emprestou e lá meti a rodar o disco, e foi com surpresa que mais uma vez vou descobrindo novas coisas naqueles 8 minutos e 52 segundos muito especiais. Lembro da primeira vez que a ouvi: "Well... Mr. Andrew Ashong... it is very nice to meet you!" "Shit don't smell like flowers, sunshine turns to rain" concordei e lá balançei lentamente.

Há uns meses atrás saía um novo EP onde o tipo junta essa a mais umas e tenho que dizer que está top! Baixo puxado, voz quente vinda do além e muita música e mensagem. Lowbeat. Nos caminhos que vão dar à electrónica, trip-hop e ao soul. Especiais também.

Ficam aí as três do costume (com a "Flowers", claro) e mais um vídeo escondido atrás de uma das fotos aí dessa prateleira em cima que muito honestamente, meu amigo, coloca as coisas em outros níveis.

Do sótão pr'ó infinito.

PS: hoje reparei que fico doido no minuto 5:21 quando entra uma batida com eco na música... mais uma vez esta é mágica.

PLAYLIST #1

Francisco Espregueira

Rua do Veludo, Foz do Douro. Porto

6 beats para este fim-de-semana na 1ª playlist de fim-de-semana. Easy Vibes... directamente do Sótão, com carinho.

"Quando era mais novo havia uma coisa muito bonita que era a Sedução..."

Let's chillll

Freddie Joachim

Francisco Espregueira

(JO-AH-KIM). Também ele fiel discípulo de J Dilla, identifico-me com este tipo. Já o conheço à algum tempo e há uns meses tropecei num set que ele gravou ao vivo como DJ. Música após música fui considerando a hipótese estar ali a minha alma gémea. Hip Hop, Jazz & Soul music, right here...

 

 

Fui vasculhar, então, por entre o que tinha feito ao longo dos últimos anos e descobri que o sótão é, sem dúvida, o lugar ideal para ouvir os seus beats. Não tendo uma discografia convencional, estando as suas produções espalhadas em álbuns de muita e boa gente como Joey Bada$$, Muneshine, entre outros, tenho que admitir que admiro imenso o gajo. Apesar da sua influência vir em grande parte da época de ouro do Hip Hop nos 90', ele não é old-school. Aliás é como se fosse um dos muitos miúdos espalhados por esse mundo fora que vão de tempos em tempos colocando as suas produções no Soundcloud, vindas directamente de um quarto ou uma sala pequena repleta de instrumentos e discos desordenados.

Quiçá um sótão... é essa a impressão que dá, é essa a impressão que ele quer dar, porque isso é a música hip hop no seu estado natural. É da salinha ou do quartinho, com os copos por lavar de uma semana e uma espécie de homem das cavernas lá metido que já perdeu a noção do fuso horário a que pertence. É assim... e essa é uma das razões porque eu curto Freddie Joachim. O trabalho e talento que coloca na produção vem de dentro, vem de paixão, vem da curiosidade que o levou horas e horas, dias e dias, a vasculhar sótãos "à procura da batida perfeita", "em busca de perfeita repetição", desse sample mágico, que ele vai converter e reinventar em linguagem musical.

Aí fica. "Strawberries", definitivamente umas das all-star da minha vida.

Stay mellow

Hiatus Kaiyote

Francisco Espregueira

Polyrithmic Gangster Shit! É assim que se apresentam os Hiatus Kaiyote. Neo-Soul em força vindo da Austrália. Há uns dias lançaram um EP intitulado de "By Fire" onde fazem um preview daquilo que poderá ser o novo álbum cujo lançamento está marcado para 31 de Março do próximo ano. As músicas e a sua produção está top!

Antes, em 2013, lançaram "Tawk Tomahawk", que recebeu a merecida aclamação do mundo da música, mas não do público em geral! Mas também sejamos honestos: o público em geral é um pouco parvo. No entanto estes meninos não são coitados nenhuns, aliás não são todas as bandas que se dão ao luxo de terem, no seu 1º álbum, uma música com Q-Tip dos A Tribe Called Quest, e em Nakamarra, o rapper faz a sua aparência a espalhar um pouco de magia como lhe é habitual.  Nai Palm, além de cantar p'ra caraças, consegue dar uma certa G-Mentality em certas músicas de estrutura Soul. E da mentalidade Gangsta' passamos para um G-Style, que também encontramos em algumas músicas somente com instrumental, que mostra que a banda olha para o Hip Hop como fonte de inspiração. Eu aprovo, claro.

Polyrithmic Gangster Shit? Não sei, mas abano a minha cabeça ritmadamente ao som de Rainbow Rhodes e Molasses... Talvez só tenha de meter o cap e já fica! Aqui estão as músicas escolhidas por mim. Sentem-se aí comigo no sótão e carreguem play, os vídeos estão escondidos por detrás das imagens, é só clicar. Estavam à espera de encontrar as coisas à vista... não se esqueçam que isto é um sótão! As minis estão no frigorifico...

Hiatus Kaiyote - Live In Revolt (1. Rainbow Rhodes; 2. Nakamarra; 3. Sphinx Gate; 4. The World It Softly Lulls)

Hiatus Kaiyote - Molasses (By Fire EP)

PS: E pronto, voltei a apaixonar-me pela voz de Nai Palm.

Yasiin Gaye

Francisco Espregueira

Amerigo Gazaway é o nome de um produtor americano que nos últimos anos nos tem presenteado com colaborações que nunca existiram!

A sua série Soul Mates redefine o conceito de mash up. 1º juntou o pioneiro do afrobeat, Fela Kuti, aos pioneiros do Hip Hop, De La Soul, em "Fela Soul". Mais tarde junta dois dos mais importantes e influentes grupos da cena Hip Hop dos 90', A Tribe Called Quest e os The Pharcyde no projeto "A Bizarre Tribe: A Quest to The Pharcyde".

Mas em 2014 vem o seu trabalho mais bem conseguido: "Yasiin Gaye". Aqui, Gazaway casa a genialidade de Mos Def (agora chamado Yasiin Bey) ao brilhantismo dos samples e vocals do grande Marvin Gaye. O resultado são músicas reinventadas, como se não tivessem sido sujeitas ao tempo ou outros factores de desgaste. O trabalho de junção dos sons é absolutamente perfeito.

Aqui fica a minha seleção de 3 músicas retiradas desta colaboração fictícia! Foi difícil vasculhar por entre os dois LP's... "The Departure (Side One)" & "The Return (Side Two)", ambos têm material d'ouro para caraças! Deliciosos!

#1

Francisco Espregueira

Gladys Knight & The Pips - On & On (prod. by Curtis Mayfield)

Quando era mais novo pensava que sótão era uma junção das palavras sozinho e tanto, mas, apesar de nunca me ter dado ao trabalho de estudar a merda da etimologia da palavra, continuo a achar que faz algum sentido.

Uma noite em que eu estava a desenvolver esse magnânimo esforço que é estudar, pus me a vasculhar o armário do sótão à procura de alguma coisa de interessante que me roubasse a atenção que certas cadeiras de Direito talvez merecessem.

Acabo por encontrar o leitor de vinis do meus avós, e escondido atrás dele duas montanhas completamente desordenadas de LP's e Singles. Lá o leitor de vinis não tinha ar de que se iria ligar sequer, e as colunas, encaixilhadas em madeira, não tinham ar de recicláveis. Mas entre estudar e tentar pôr aquilo a funcionar tomei, em consciência, a opção óbvia. A primeira música que meti, escolhi-a por causa da capa. Era um best of da Gladys Knight & the Pips com uma daquelas capas muito à anos 70... puxou-me a curiosidade e à sorte lá, com cuidado, coloquei o lado B do vinil. Depressa acendi alguns cigarros enquanto abanava a cabeça ritmadamente ao som daquelas velhadas que fazem muito o meu estilo e fui curtindo, ali... sozinho madrugada fora. Percebi que era aquilo que queria fazer todas as noites antes de me ir deitar. Ponho o volume baixinho e fumo um cigarro.

Hoje crio este blog, com o objectivo de mostrar a quem passar por aqui a música que ecoa desse sótão, a música que me faz mover. Não quero meter aqui grandes análises, e retrospectivas, e historinhas sobre esses artistas. Quero apresentá-los e convidar-vos a carregar play (é só clicar na imagem). Se gostarem passem aí outra vez, espero ter sempre novas coisas para vos mostrar.

Francisco Espregueira