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Webmagazine and record label on underground house music & contemporary jazz. We're about music released by independent artists and labels.

Content

Daily Magazine on Underground House Music, Broken Beat, Contemporary Jazz & Soulful Vibes

PLAYLIST #28

Francisco Espregueira

Com o tempo a apertar e o frio a entranhar tem sido difícil apetrechar o Sótão. Levo comigo um aquecedor e seis faixas, sendo que a primeira hipnotiza-me... Toque certo para continuar a ouvir as seguintes, que são calmas, leves e deixam-me quente. E bem.

#28. Do Sótão pró infinito.

MY PLAYLIST by DJ CAM

Francisco Espregueira

"It began in Africa....." é assim que começa esta maravilhosa compilação de Dj Cam (de que, aqui, já falei). Diz-se que o Rap é algo que fazes em determinado momento, mas que o Hip Hop é aquilo que tu vives. Um movimento urbano mas de raízes africanas... "My Playlist by DJ Cam" começa com essa frase cheia de sentindo, pois na hora seguinte aquilo que me chega é uma das mais impressionantes homenagens ao movimento. Coleccionar música, assim como coleccionar algo, que traga corpo e conteúdo é uma experiência muito específica e individual. Mas é passando a barreira do individual que essa experiência fica com aquilo que lhe foi destinado.

Passados uns anos depois do meu primo morrer, finalmente ganhei a coragem de olhar para as suas gavetas com uma colecção de cd's absolutamente invejável, e lá acabei por encontrar, em modo "rafado", esta pérola. Não sei se foi o primeiro no qual peguei, mas lembro-me que foi primeiro que tocou. E é nesse momento que uma específica e individual colecção encontra o seu destino. Agora faz parte da minha.

Uma hora e pouco, no sótão, no carro... do início ao fim. É assim que ouço e foi para isso que Cam preparou o álbum, sem pausas, mixando com mestria os diferentes elementos. E por isso mando-o inteirinho para voçês aí em baixo, sem deixar de listar aquelas que captaram, desde que o encontrei naquelas gavetas, os meus sentidos com mais intensidade.

"My Playlist by DJ Cam", para coleccionadores.

"My Playlist by DJ Cam" (2005)

ANDERSON PAAK

Francisco Espregueira

Uma das sensações de 2015. Ego gigante. Voz distinta, histórias contadas com estilo. Style + Easesteeze... Anderson Paak é steeze. Uma mistura de afro-americano com coreano, toques de Pharell misturados com rock-star. Autor de música de qualidade. É daqueles que é "estrela". Brilha muito.

Há quê? Um ano? Bem... não interessa, há um ano quando a ouvi "Suede", que já fui partilhando por aí em playlists, deitei as mãos na cabeça e senti um misto de grande excitamento (aquele que voçês sabem, quando uma específica faixa nos acerta em cheio) e de inveja, por não ser eu a escrever aquele abuso de letra. Samplada através de riffs e vozes do gigante Gil-Scott Heron, move-se lentamente através de uma batida poderosa. A letra é tão directa e tão sujinha, representando tão bem certos pensamentos... acções, talvez... Não me vou declarar culpado, mas Paak, fá-lo sem vergonha nenhuma. "Suede" é "minha". Canto a letra de trás para frente, da frente para trás. E não falho.

Anderson Paak & Knxlwedge are working together as NxWorries. This is their first single, performed live IN THE DUNGEON.

Mas há mais do gajo. Deixando para trás o seu heterónimo "Breezy Lovejoy", Anderson Paak é nome a reter. E vai dar que falar. As colaborações são mais que muitas, e vêm aí albuns de originais (ansiosamente à espera de NxWorries). Esfrego as mão e deixo-vos as minhas favoritas. Para ser ouvido sem pudor, com um ouvido na música e outro na letra.

Do Sótão pró infinito.

PS: Suede, tem 78 reproduções no meu iTunes. "If I call you a bitch..."

PLAYLIST #27

Francisco Espregueira

O tempo aperta, os últimos dias são de baixo para cima, de cima para baixo. Nos entretantos o meu iPod e estas 6 faixas têm ajudado. Ao fim do dia o Sótão espera-me, onde tudo é processado a um ritmo baixo... Para saborear.

A #27 é rica e suave.

◘ SÁNGO: DA ROCINHA 3 ◘

Francisco Espregueira

Da Rocinha 3

Pois é... ontem por momentos pareceu que tinha 7 anos, a acordar na manhã de natal. Rápido duche e enquanto comia o pequeno almoço googlei "Da Rocinha 3". Lançado umas horas antes, já estava disponível em stream... rapidamente deixei para trás tudo o que tinha para fazer (não era pouco) liguei os headphones e sentei-me em frente ao ecrã do meu portátil durante uma hora e um minuto. A vida é muitas vezes uma corrida atrás do tempo, mas esta hora mais minuto chuta tudo para canto... O estudo experimental do baile funk Brasileiro segue...

"Da Rocinha 3" é um dos álbuns do ano... Dentro do estilo mais do que abordado aqui neste Sótão, consegue ser a mais virtuosa colecção do movimento Favela Trap. A produção é inacreditávelmente sublime... os detalhes, são de levantar as mãos ao céu, num momento de gratidão e celebração por haver Sángo. Por haver talento. Por haver o Hip Hop, o Baile Funk, e uma mistura de herança cultural, algo de muito inovador e pura vibração.

Da Rocinha

A sucessora de "Da Rocinha" e "Da Rocinha 2", leva-nos para outro nível. Neste, Sángo é um Deus, temperando-me a mim e a ti como quer. Picante, menos picante. Mal ou bem passado, não temos voto na matéria. Sentimos aquilo que a música dá.

As três do início... "Tamborzão (Intro)", a primeira. Que boa. Tropicalizando-se segundo a segundo... cutu txa txa-cutu txa-txa. A segunda, "Rather Be With You", é todo o dia. E três "Tempo Tempo"... linda. "Agorinha" e "Não Falo" já tinham sido lançadas mas ouvi-las dentro do álbum sabe diferente. Sabe melhor. A décima é a mais upbeat do álbum, música para os momentos de festa, da gente bem disposta de sorriso rasgado - "Na Hora"! "Dias Melhores (Interlúdio)" é bonita, simples, plana... é um amor. Carlos aparece, colaborando e concretizando sonhos em "É Isso Aí" assim como outros dos mais promissores produtores do momento: ESTA, Jarreau Vandal, Marvel Alexander. Isto só para falar de algumas! São 19! Eu não merecia tanto...

Da Rocinha 2

 

Ficaria aqui a escrever e a aclamar o álbum... mas não é suposto. Eu só queria meter nas paredes do blog a masterpiece, e deixar, a quem por aí passar, a magia que carrega. No meu caso, a certeza é de que hoje a minha favorita não vai ser a mesma da de amanhã, da de sexta e da do próximo mês, e isso é genialidade! Entrada directa no Hall of Fame do infinito.

Da Rocinha 3 is about keeping the funk roots true and paying homage to the ones that helped start it. I want to respect and show Rocinha in a positive light with this record while staying true to my sound.

Mixed & Mastered by Sángo
Art by Sango Design

PLAYLIST #26

Francisco Espregueira

Com Hip Hop cozinho a #26. A receita traz-nos batidas nostálgicas e profundas. Começando com um clássico dos habituais do Sótão, The Roots e D'Angelo, atravessando rapidamente para o lado dos desconhecidos. Alguns desses a merecerem uma especial atenção da minha parte num futuro próximo.

Estou a fazer chá, já sabes, sem cerimónia.

ESPECIAL : FAVELA TRAP

Francisco Espregueira

É foda! Já falei aqui de Sángo. De Carlos do Complexo. De Seven Beats. Uns mais conhecidos que outros... mas o Sótão conhece muita gente. E este post é especial, deixando 25 (!) faixas das mais de sete dezenas de sons do movimento Favela Trap que esta semana me invadiram... Repito: FODA!

Aproveito e lanço uma previsão: 2016 é ano de Favela Trap. E até afirmo isto com alguma tristeza, pois sei que mais tarde ou mais cedo - como quase tudo o que é bom, original e transversal - vai ter repercussão nos sítios onde não devia... Depois de tocar nos bons, evoluídos e inovadores tastemakers deste mundo, lá vão aparecer as grandes e batoteiras editoras musicais a pegar na singularidade destas sonoridades e a colocá-las à frente das Nicki Minaj's, dos Pitbull's e das outras merdas deste mundo musical.

Mas hoje estamos no momento perfeito: um movimento iniciado por jovens e criativos produtores, que arriscam e expõem para mundo ver as sua interpretações do Baile Funk misturando-o com os elementos modernos do Trap e do Hip Hop e deixando a herança Brasileira bem vincada com um perfume de tropicalidade único . Em termos "underground" este é o movimento do ano 2015.

Movimento esse que ganha força em 13'/14' com Sángo, americano, que sem nunca ter ido ao Brasil transforma a sua curiosidade em processo de investigação, recolhendo centenas de samples bem conhecidos de Baile Funk, reinterpretando o estilo neste formato Favela Trap. Produções invulgares de sons vibrantes e densos que, com os vocals samplados, resultam em sensualidade extrema que... escalda, escalda, escalda...

Os Brasileiros (quem mais ?), já estão na linha da frente das produções e estarão neste momento a preparar as suas malas para viajarem do anonimato rumo ao infinito... E é Carlos, é Seven Beats, é Kojack's, é Kryone, é Maffalda, é Dropkillers, é Kin Rocha, é DJR7... e outros serão, tenho a certeza. Venham eles, o mundo pede... Quero essa tropicalidade! Nas pistas de dança, nos meus phones, nas minhas colunas... no meu quarto (com uma mina bem gostosinha lá dentro comigo).

E dia 10/11 é Sángo com "Da Rocinha 3", o álbum por quem todos anseiam...

HARVEY SUTHERLAND

Francisco Espregueira

Emergindo a partir de Melbourne temos Harvey Sutherland, mestre a decorar as batidas mecanizadas, dirigidas para a pista de dança, com a analogia do seu sintetizador. Um House que me chega com suavidade... com muita onda! Prestes a fazer a sua primeira aparência no palco global da Boiler Room, o Sótão não poderia de apontar um dos poucos candeeiros que tem para as magníficas produções do australiano.

"Nexus", a sua primeira cassete é uma pequena viagem pelo mundo do boogie em modo lo-fi repleto de melodias "sintetizadas" e talentosas de Sutherland. Esta compilação acabou por servir de aperitivo para o EP seguinte - dentro do aclamado "Brothers" encontramos "Bamboo" que já vai tomando contornos de cult hit para os aficionados da música de dança. O preview de "Bermuda", também na playlist, é um excelente convite a pegar no homónimo lançamento deste ano do australiano. É só deixar tocar...

Com a sua música a ser partilhada e apreciada globalmente, o Sótão não é excepção e toma rumo ao infinito passando pelas pistas de dança. A primeira é "Bamboo" e é viciante... cuidado!

KEREM AKDAG

Francisco Espregueira

"Turkey's most soulful". É assim que se descreve Kerem Akdag, o menino que se juntou há uns meses à colectividade singapuriana Darker Than Wax, que vai construindo a sua influência no globo da música eletrónica. Vim a conhecer o pródigo filho da música de pista Turca através de um dos meus, agora, favoritos sons de hip hop fora do eixo US-UK - "Masal" de F.A. é produzido por Kerem e é a última da playlist!

Tudo o que tem lançado vai passando aqui no Sótão e já chega de não falar sobre o rapaz... tinha que escrever sobre ele ? Posso garantir que Kerem Akdag é qualidade e tanto chega a ti que gostas de eletrónica, a ti que curtes hip-hop e... a ti que estás aqui porque queres boa música.

O "Turco" está a transformar-se num dos nomes do momento... multi-facetado, saltando com leveza das frequências do funk, do hip-hop para as do house e bass-related!

PLAYLIST #25

Francisco Espregueira

Ko Pha Ngan, Tailândia

A #25 tem 7. 7 "daquelas". Música eletrónica do melhor que se ouve por aí... Presença francesa evidente na influência Daft Punk no novo hit dos L' Imperatrice -  "Agitations Tropicales", seguida de Caius com "Stay With Me". Depois passamos do pré-party e dos copos de entrada, para coisas mais deep. Novidades e novidades. O Sótão a pisar os terrenos da música de pista... e muito bem, modéstia à parte.

Uma playlist que vale milhões meus caros. Pró infinito, 7 é perfeição.

"House Music Will Never Die"

THE INTERNET

Francisco Espregueira

Coloco-me desde a primeira frase como fã de The Internet. A banda liderada pela mística Syd Tha Kid e o teclista Matt Martians, dois jovens artistas cheios de música para lançar infinito fora. O último álbum tornado público em Junho deste ano é o carimbo definitivo no estatuto da banda como uma das mais inovadoras da cena Americana. Pisando terrenos entre o Hip Hop, o R&B e a Electrónica é difícil encaixa-los num desses quadrados, dada a marca muito própria que têm. The Internet soa a The Internet!

Mas para quem não conhece, a primeira paragem é "obrigatória"! "Dontcha" é uma daquelas... Entra o baixo e bateria bem forte.. piano...voz e bang! Uma das que mais roda desde que vim parar a este Sótão.

(Cause basically I), I just wanna ride with you
(I gotta get you) cause I just wanna vibe with you
(Let’s find some place to go), Cause I just gotta to know if you want me too
Dontcha want me? Yeah...
— Dontcha, The Internet

The Internet - Special Affair

O álbum de onde é originário este futuro clássico tem ainda outras que me enchem as medidas e que sem me esquecer, deixo na playlist, mas convém falar daquilo que é novidade: "Ego Death", apesar de escuro, fala, através dos seus singles, invariavelmente de uma coisa muito bonita que se chama sedução. Letras carregadas de calor... "Girl", que tem sido um sucesso, é produzida pelo homem do momento. Em tudo o que ele toca, vemos ouro: KAYTRANADA.

O Sótão fica mais quente, mais intenso com The Internet....

SOUL MATES PROJECT

Francisco Espregueira

Num dos primeiros posts aqui do Sótão, lá de Dezembro ou o caraças, havia falado da grande colaboração, que na verdade nunca existiu, entre Mos Def (Yasiin Bey) e Marvin Gaye intitulada: Yasiin Gaye. Agora, aprofundo sobre o projecto que está por detrás dessa genialidade criada pelo americano Amerigo Gazaway. O projecto de que falo tem o nome de Soul Mates e junta artistas clássicos, influenciadores e intemporais a nomes também eles de grande relevo do Hip Hop e afins num género único, inventado por Gazaway, que redefine o conceito de mash-up e o leva para o mundo, que muito francamente, é de originalidade.

Ora, recapitulando: antes de Yasiin Gaye é lançado "Fela Soul" que junta o pioneiro do afrobeat, Fela Kuti a um dos clássicos grupos dos 90', De La Soul; no ano seguinte a colaboração estritamente Hip Hop entre os transversais grupos A Tribe Called Quest e The Pharcyde, com o o nome de "A Bizarre Tribe: A Quest to The Pharcyde", que é constantemente removido da net por supostamente infrigir direitos de autor. Já contemporâneo de Yasiin Gaye: "The Big Payback Vol. 3"! James fucking Brown! Auu! Com muita gente! Desde Bob Marley, Notorious B.I.G. até Nas ou Michael Jackson. Mais:

A passada semana trouxe-nos B.B. King acompanhado dos U.G.K.... em "B.B. & The Underground Kingz: The Thrill Is Gone" que dá seguimento da melhor maneira possível à magia de Soul Mates que me faz sair de casa cedinho, pela manhã, de iPod na mão com a corda a toda, e chegar ao Sótão, mais à noite, com uma invulgar energia...

Obrigado Gazaway! És top! Vou lançar esta pró infinito aqui a partir do Sótão para toda a gente ver. As colaborações que nunca existiram aí em baixo:

BADBADNOTGOOD & GHOSTFACE KILLAH

Francisco Espregueira

BadBadNotGood feat. Ghostface Killah - "Sour Soul" (2015)

Ontem caí em "Sour Soul", álbum lançado este ano pelos 3 miúdos que compõem BadBadNotGood em colaboração com Ghostface Killah, membro dos lendários Nova Iorquinos, Wu-Tang Clan. Os 3 miúdos vão também eles caminhando a pouco e pouco para terrenos aonde só essas lendas têm autorização para entrar. Levanto as mão para o ar, agradeço... as produções de "Sour Soul" são sublimes. Estratósfericamente sublimes.

 

Álbum com 12 músicas que passam a correr numa meia hora de intensidade rítmica e lírica, como é hábito em qualquer membro dos Wu-Tang. Colaborações a dar co' o pau, com nomes de fazer inveja - Elzhi (ex-Slum Village), MF DOOM, Danny Brown, etc - que dão muita qualidade à compilação, e que demonstram o respeito que os BadBadNotGood têm conquistado nos últimos anos. E respeitinho não é fácil de conquistar.

Mas o mais importante aqui é eu deixar a música para ser ouvida. O encontro entre uma nova geração e outra mais antiga... influências perfeitamente e subtilmente misturadas, melodias elegantes, linhas de baixo hipnotizantes e letras fortes. Bang Bang, morri! BadBadNotGood & Ghostface Killah, heróis na arte de fazer a banda sonora que qualquer vilão quereria ter...

NUJABES FEAT. SHING 02 - LUV(SIC.)

Francisco Espregueira

Este post é sobre seis músicas que fazem uma. O título desta compilação joga intecionalmente com as palavras "luv" e "sic". Sick for Love. Amor, afastamento, união, medos, esperanças, altos e baixos, descritos em meia hora de música que coloca tudo em perspectiva. O japonês Nujabes, que nos deixou em 2010 após um aparatoso acidente de viação, chegou a lançar em vida as 3 primeiras partes sendo que a 4ª e a 5ª parte já estavam produzidas. Estas foram posteriormente desvendadas pela cara metade desta colaborção, Shing02, que escreveu a letra da parte 5 como uma homenagem sentida ao brilhante produtor. Mas a 6ª... a 6ª estava em forma de sample no telemóvel deste aquando da sua morte. De arrepiar não é?

E é com alguma emoção que ouço estas seis que são uma. Considero-as profundas, verdadeiras e tocantes. Pelas letras de Shing02, pelas batidas do mestre Nujabes e pela história real que contam. Respirem fundo e fiquem com uma das obras musicais mais tocantes das últimas décadas... Vindas de lá do extremo oriente para aqui, pró Sótão.

Cause your beat plus the melody
Makes me speak of L.O.V.E eloquently so evidently
— Luv (sic) pt.1

Nujabes - Luv(sic.) pt 1-6

PLAYLIST #23

Francisco Espregueira

Bangkok, Tailândia

Com leveza, levanto voo com a #23, que tem novidades e outras desenterradas e reavivadas no Sótão. A melhor maneira de descobrir novas músicas é partilhando com outros. Eu partilho aquelas que me foram partilhadas a certo ponto. Obrigado.

PS: fica a dica: a última, "Swept Away", é a banda sonora perfeita para um fim de tarde solarengo... e Setembro não tem desiludido nesse aspecto.

JUGGAKNOTS - CLEAR BLUE SKIES

Francisco Espregueira

A conversa iniciada pelo pai aborda o incontrolável racismo que este sente quando vê o seu filho de mãos dadas com uma rapariga negra. Em "Clear Blue Skies" a troca de ideias entre pai e filho vai aquecendo ao longo de poucos minutos de uma faixa que diz aquilo que não é suposto ser dito, mas que retrata aquilo que todos sabemos que existe e que é real. Este foi o meu ponto de partida para este álbum.  Revisito-o, respeitando os momentos, a batida e agradeçendo a honestidade das letras

So that’s your vision of perfection
That’s your clear blue skies
Through those clear blue eyes
Which seem to make you think you’re better
But instead of simply sinking to the level of your thinking
I’ll be ghost
— De filho para pai

Juggaknots - Clear Blue Skies

Juggaknots - Loosifa

"Clear Blue Skies" é também o nome do álbum que contém essa faixa, datado de 1996, re-lançado em 2003, depois de ter saído das gavetas e de ter chegado a todos nós pela força da música de Juggaknots e não pela força da pop culture vigente.

Juggaknots - Epiphany

Considerado um clássico do hip hop underground, o álbum em 1996 só teve direito (ou fundos, né?) para ser lançado a título limitadíssimo, em formato exclusivamente vinil. Em 2003, os artistas juntaram-lhe 11 novas faixas às 9 originais, sendo esse o álbum que religiosamente guardo depois de o ter apanhado numa loja perdida por aí.

Pró infinito, passando pelos falsos "Clear Blue Skies".

PLAYLIST #22

Francisco Espregueira

Hanoi, Vietname

Na ressaca do fim-de-semana, a #22 começa por baixo. Com ritmos profundos e melancólicos no início até chegar aquelas que já puxam pelas minis, pelas conversas.

A semana numa playlist.

ZUPER

Francisco Espregueira

Carlos Aiono é Zuper. E Zuper é top! Quem carregar aí em baixo no play, vai ser introduzido a algo, em termos musicais, muito diferente de tudo o resto. Uma mistura de influências e sonoridades, que transmitem um feeling sombrio... nocturno... gangsta. Puxou a minha atenção lá... quase há um ano atrás e, hoje, dou por mim a venerar o pequeno LP de 10 faixas chamado "The Come Up".

As sonoridades únicas de de Zuper são traduzidas em "The Come Up" na perfeição, deixando-me de boca aberta o quão bem polidos estão todos os diferentes sons que compõem cada música. Além do talento, há claramente no gajo um perfeccionismo estético naquilo que quer fazer chegar ao público. O exemplo disso está em "Drop (Long Beach)" que reinventa a clássica colaboração de Snoop Doggy Dogg com Pharell, "Drop It Like It's Hot"... simplestemente cativante.

Já mais recentemente lançou o segundo, com o título de "Blend" que segue um estilo semelhante mas carrega uma aura mais branquinha, mais leve. Na lista habitual meto um pouco de tudo... O "The Come Up", o "Blend", e mais uma novidade, com poucos dias, lançada à revelia de qualquer compilação. Junto-lhes a faixa bónus de "The Come Up", produzida por Non Drifter, que colabora no álbum com "What I'm Talkin Bout", a minha bonus de hoje também.

Do Sótão pró infinito, passando pela California para trazer este Zuper comigo.

ÁLBUNS COM PÓ #5 // NIGHTMARES ON WAX - "In A Space Outta Sound"

Francisco Espregueira

Nightmares On Wax - In A Space Outta Sound (2006)

A quinta edição dos Álbuns Com Pó do Sótão leva-me nove anos para trás para relembrar (ou apresentar pela primeira vez) o quinto álbum de Nightmares On Wax. Antes de começar, tenho que dizer que "pesadelo" mesmo seria nunca ter contemplado a porra de maravilha que este álbum é! Porra... que maravilha! A começar na primeira, sublime. Musicas longas que usam o tempo que lhes foi dado, por obra e graça do seu criador, para se fixarem naqueles lugares dentro da nossa cabeça que nós não conhecíamos. "Passion".

 

Nightmares On Wax - 1. Passion

Sem interrupções que se distingam entre as músicas, o álbum continua a tocar... mais e mais se fixando nesses ditos lugares que julgava não conhecer. "Flip Ya Lid".

Nightmares On Wax - 3. Flip Ya Lid

O projecto "Nightmares On Wax", criado por George Evelyn (DJ EASE), ganha notoriedade nos anos 90' com os lançamentos de "Smokers Delight" e "Carboot Soul". Mais tarde, em 02', "Mind Elevation" não faz os mesmos voos nem é, hoje, lembrado da mesma forma. Chegados a 2006, é lançado este "In A Space Outta Sound" que, na minha opinião, é o significar do auge de um projecto inovador e super respeitado por todo o mundo da música. Repara... ser-se conhecido ou não... interessa muito pouco. Ser-se respeitado interessa muito mais. "You Wish".

Nightmares On Wax - 6. You Wish

Nightmares On Wax - 10. I Am You

 

E passados 9 músicas, ou anos... sei lá, já não sei... chego à décima do álbum. Fecho os olhos porque já a ouvi vezes sem conta... sei bem qual é. Sei a letra, as melodias, os murmúrios... quais instrumentos estão em cena, e sei que é no minuto 2:30 em que a bateria entra... Olhos abertos. "I Am You".

 

 

Do Sótão pró infinito, com esta magia de álbum. "In A Space Outta Sound" é especial.